National Geographic Exodus em Aveiro: “o mundo continua a ser um espaço maravilhoso”

Inspirar é a palavra de ordem da 3.ª edição do Festival Internacional de Fotografia e Vídeo de Viagem e Aventura. Dias 30 Novembro e 1 de Dezembro, em Aveiro, tem uma “missão ambiciosa”: “abrir as portas do mundo”.

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Danielle da Silva

O National Geographic Exodus Aveiro Fest está de volta para juntar, no Centro de Congressos de Aveiro, profissionais da fotografia e vídeo de viagem e aventura num ambiente de partilha de experiências e de projectos.

“No futuro não nos vamos lembrar das horas que passámos sentados atrás da secretária, mas das experiências que vivemos por esse mundo fora”, sublinha à Fugas Bernardo Conde, director do Exodus, este ano com uma “componente mais fotojornalística” e sem descurar a aventura e a exploração do planeta. “Queremos mostrar que o mundo continua a ser um espaço maravilhoso que merece ser cuidado”.

Parece simples – e até é. Em palco, e entre convidados e dez oradores, os protagonistas serão a “magia da descoberta de novas culturas”, a promoção da “diversidade” e a “preservação na relação entre o homem e a natureza”. Assumindo-se como “um festival que inspira as pessoas a moverem-se pela liberdade”, o Exodus Aveiro Fest, em 3.ª edição dias 30 de Novembro e 1 de Dezembro, pretende ser “uma homenagem ao nosso planeta” e “um hino à humanidade”.” É o espaço onde o mundo se torna acessível a todos”, lê-se no site do festival, que no vasto programa inclui uma masterclass (gratuita; dia 1, pelas 9h) sobre as bolsas da National Geographic (pela directora europeia Claire McNulty), que investe em pessoas ousadas e em ideias transformadoras nos campos da conservação, educação, pesquisa, narrativa e tecnologia – desde 1888, a National Geographic Society já apoiou mais de 14 mil projectos neste âmbito.

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Veronique de Viguerie

Entre os oradores estará Christian Ziegler, ecologista tropical de formação, fotojornalista e cineasta especializado em história natural (colaborador regular na National Geographic), assim como o britânico David Chancellor, cujo trabalho há muito explora o tráfico e a mercantilização de animais selvagens um pouco por todo o mundo, registando a “linha sangrenta onde o homem e a besta se encontram”.

A fotografia de natureza, um dos grandes protagonistas do evento, é também o ponto forte da carreira do holandês Frans Lanting, que durante três décadas documentou a vida selvagem da Amazónia, entre séries que nos mostram o sofrimento dos albatrozes, as quase extintas chitas asiáticas no Irão ou os chimpanzés no Senegal. E a seu lado estará Veronique de Viguerie, fotógrafa francesa que passou três anos a trabalhar no Afeganistão e que desde 2006 cobre histórias em todo o mundo (Iraque, Somália, Líbano, Caxemira, México, Argélia, Guatemala, Paquistão, Níger, Nigéria, Mali, Síria...). Veronique é reconhecida por ter fotografado os talibãs no Afeganistão, piratas na Somália e na Nigéria, as sicarias na Colômbia assim como o MNLA (Movimento Nacional de Libertação do Azauade) no Mali.

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Justin Mott

Pelo palco passarão também o fotógrafo e videógrafo Corey Rich, Danielle Da Silva, fundadora da Photographers Without Borders, Justin Mott, fotógrafo residente durante cinco temporadas no programa do History Channel Photo Face-Off (actualmente a trabalhar no projecto pessoal Kindred Guardians, que documenta pessoas de todo o mundo que dedicam as suas vidas a ajudar animais necessitados), Krystle Wright, fotógrafa de aventura e Philip Lee Harvey, vencedor do Travel Photographer of The Year. Produtor de documentários sobre a Etiópia, a Mongólia, o Gana, a Islândia, a Noruega e Portugal, Joel Santos é o representante português no painel de oradores que conta também com Mandy Barker, que vai partilhar o trabalho que desenvolve na preservação e consciencialização ambiental que realiza enquanto bolseira da National Geographic.

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Daniel Berehulak

Na terceira edição do Exodus Aveiro Fest ainda haverá lugar a exposições de fotografia, diversas masterclasses (com Corey Rich, Daniel Berehulak, Frans Lanting e Philip Lee Harvey), debates, mesas redondas (moderada pelo fotógrafo Matthieu Paley) e diversas apresentações de projectos. 

Mais uma vez, o Exodus apoia uma entidade que de alguma forma trabalha na conservação ambiental ou em projectos de cariz social. Depois da Associação BioLiving (2017) e da Amnistia Internacional (2018), desta vez a Causa Exodus – uma via de financiamento que permite a canalização de parte dos lucros obtidos no festival para um determinado projecto – passa pelo trabalho da FotoEvidence, que desde 2010 apoia fotógrafos que chama a atenção para a violação de direitos humanos, injustiças, opressões e assaltos à dignidade humana.

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