Aveiro: Este sábado, há nova manifestação contra o projecto do Rossio

Empreitada já está em fase de concurso público mas o movimento que contesta o projecto quer demonstrar que “não baixa os braços”. Entretanto, a autarquia garante ter recebido pareceres positivos para a obra.

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ADRIANO MIRANDA

O movimento “Juntos pelo Rossio” volta a levar o seu protesto para a rua e, desta vez, garante não estar sozinho. À manifestação agendada para a tarde deste sábado (15h00) deverão juntar-se associações como “a Quercus, a Associação Portuguesa de Educação Ambiental, a Ciclaveiro, a Associação de Defesa do Ambiente de Cacia e Esgueira e a MUBi”, anuncia David Iguaz, do movimento que tem vindo a lutar contra a construção do parque de estacionamento subterrâneo na zona do Rossio, em Aveiro. A empreitada, que tem vindo a suscitar polémica desde a primeira hora, está já em fase de concurso público, mas o movimento não desiste.

“Não vamos baixar os braços”, garante David Iguaz, dando nota da determinação do movimento em continuar a lutar contra o projecto, inclusive, “a nível judicial”. “Entendemos que existem irregularidades neste projecto, não respeitando o PDM [Plano Director Municipal] e, por isso, iremos avançar com acções para parar o processo”, argumenta. O movimento defende que é “preciso discutir a necessidade desta obra, quando a poucos metros existe um outro parque de estacionamento que está vazio”, deixando ainda o alerta: “os solos são desfavoráveis a este tipo de empreitada; o edificado daquela zona pode estar em perigo”.

Da parte da câmara municipal de Aveiro, esta quinta-feira foi dada nota pública dos pareceres positivos “das entidades que têm competências legais de gestão na área de incidência” da obra, “confirmando a legalidade e a qualidade do projecto”. “Os pareceres positivos foram emitidos pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro (CCDRC), pela Agência Portuguesa do Ambiente (APA), pela Direcção Regional de Cultura do Centro (DRCC) e pela EDP”, fez saber a autarquia, em comunicado. Pareceres que, reconhece a edilidade, “apontam condicionantes” que a câmara “já cuidou e está a gerir devidamente”. Exemplos? “A demonstração de que o empreendimento não coloca em risco pessoas e bens, nomeadamente pelos mecanismos de gestão que vai ter de protecção ao risco de inundação, que já estão devidamente previstos”, bem como “a devida conservação das ruínas da Capela de São João e o acompanhamento arqueológico da obra”.

Na mesma nota, a autarquia garante ter sido informada pelo Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) “da sua decisão de indeferir a proposta de classificação de interesse público do conjunto arbóreo do Rossio” apresentada pelo movimento Juntos pelo Rossio. O ICNF terá considerado, segundo a autarquia, “que nos parâmetros de análise, ao nível do porte, da idade, do significado natural, histórico, cultural e paisagístico, de testemunho de factos históricos, da sua singularidade, entre outros aspectos, nada justifica essa classificação, que, a acontecer, obrigaria à sua preservação”. Ao PÚBLICO, David Iguaz assegurou que esta não é ainda “uma decisão final”. “O movimento tem ainda dez dias para responder”, argumenta.

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