Espólio da Molin será vendido por "ajuste directo"

Quinze meses depois do encerramento da unidade industrial, o processo de falência da Molin - Materiais de Desenho de Mário Lino, SA permanece num impasse. Depois de várias hastas públicas falhadas e da mudança do liquidatário judicial, continua por concluir o apuramento dos créditos e resta ainda distribuir no mercado milhões de esferográficas, canetas, marcadores, réguas ou esquadros que ainda estão depositados no armazém da empresa, em Vila Nova de Gaia.

Enquanto vão tratando da manutenção da maquinaria parada na fábrica, os antigos trabalhadores mostram-se preocupados com a desvalorização que estão a sofrer os produtos armazenados e as viaturas da empresa. Por decisão do liquidatário judicial, todo o material acabado, matérias-primas e veículos serão vendidos por ajuste directo. Para esse efeito, além de contactos em todo o país a fazer pelos antigos vendedores, será montado um mostruário nas instalações da Molin para apresentação dos produtos aos clientes institucionais.

Num plenário de trabalhadores realizado ontem, os antigos funcionários voltaram a decidir não baixar os braços. Depois de uma reunião no Ministério da Economia, onde os trabalhadores voltaram a pedir ao Governo que suscite o interesse de potenciais investidores na viabilização da empresa, garantindo o apoio estatal à sua reactivação, os trabalhadores procuram agora sensibilizar os deputados da Assembleia da República, e também a opinião pública, marchando em silêncio desde a Câmara de Gaia até à Praça da Batalha, no Porto, no âmbito da jornada de luta convocada pela CGTP para 30 de Outubro.

Sugerir correcção
Comentar