Lítio pode ajudar a reverter malefícios de radiação no cérebro

Experiências em ratos mostraram melhorias na memória e capacidade de aprendizagem.

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Charité/Berlim

Numa experiência com ratos, conclui-se que o lítio pode reverter os malefícios da radiação no cérebro, podendo o seu uso ser promissor para tratar crianças que foram sujeitas a radioterapia e desenvolveram posteriormente défices de memória e aprendizagem.

Os autores do estudo, publicado na revista científica Molecular Psychiatry, não esclarecem se os animais testados eram saudáveis, ou se tinham tumores na cabeça tal como crianças submetidas a radioterapia e com as quais estabelecem paralelismos.

Segundo investigadores do Instituto Karolinska, na Suécia, citados em comunicado pela instituição, a capacidade de memória e aprendizagem dos roedores melhorou quando foram tratados com lítio (metal) após o seu cérebro ter sido submetido, numa fase inicial da vida, a doses de radiação não especificadas.

A equipa verificou um aumento da formação de novos neurónios (células) numa área do cérebro (hipocampo) que é importante para a memória durante o período em que os ratos receberam lítio, na fase de crescimento até se tornarem quase adultos. No entanto, ressalva o comunicado, a maturação dos neurónios em células nervosas completas só ocorreu quando o tratamento com lítio foi interrompido.

Ainda assim, a autora principal do estudo, Giulia Zanni, considera que o lítio, “dado segundo as directrizes deste modelo”, testado em ratos, “pode ajudar a curar as lesões causadas pela radioterapia, mesmo ao fim de muito tempo”.

O estudo concluiu ainda que apenas as células sujeitas a radiação são afectadas pela acção do lítio. O mesmo grupo de investigação, que pretende avançar para ensaios clínicos, já tinha sugerido anteriormente que o lítio protege o cérebro contra lesões se for administrado juntamente com radioterapia.

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