Cinco militares da GNR acusados por agressão a imigrantes asiáticos

Os cinco militares estão suspensos de funções desde Maio. As agressões aconteceram em Outubro do ano passado.

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Margarida Basto

O Ministério Público avançou, nesta segunda-feira, com uma acusação contra os cinco militares da GNR que terão agredido dois imigrantes trabalhadores agrícolas na zona de Vila Nova de Mil Fontes, em Outubro de 2018.

De acordo com a acusação do Ministério Público de Odemira, os cinco arguidos foram acusados de “dois crimes de violação de domicílio”, “quatro crimes de ofensa à integridade física qualificada” e “dois crimes de sequestro”, lê-se numa publicação no site da Procuradoria da República da comarca de Beja. Um dos militares foi ainda “acusado da prática de um crime de falsificação de documento”, devido à alegada falsificação de um relatório, detalha o Jornal de Notícias.

O Ministério Público acrescenta ainda que um dos militares está sujeito à medida de coacção de “obrigação de permanência na habitação”, estando a ser vigiado com pulseira electrónica. É André Ribeiro, que entrou para a GNR há dez anos e estava na direcção da associação sindical desde Maio de 2018. Os restantes guardas acusados estão suspensos de funções desde Maio. Também em Maio deste anoos quatro militares da GNR foram detidos.

O caso remonta a Outubro de 2018 e as agressões aconteceram durante um jantar num restaurante de Odemira em que estavam vários trabalhadores agrícolas, o respectivo patrão e um ainda guarda amigo deste último. Terá sido um desentendimento entre dois imigrantes de origem asiática, que reclamaram dos atrasos no pagamento dos salários e da extensão dos horários de trabalho, que motivou as agressões. Alegadamente, o militar da GNR presente na festa era amigo do patrão e agiu em sua defesa.

Para além dos espancamentos, os militares são ainda acusados de terem invadido nessa mesma noite o local onde habitavam outros trabalhadores agrícolas, agredindo-os e mantendo-os temporariamente ali sequestrados. 

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