China diz que há acordo com EUA para eliminar taxas aduaneiras

Pequim diz que os dois países vão eliminar gradualmente as taxas alfandegárias sobre as importações mútuas. Ainda não se conhece data para assinatura do acordo que poderá pôr fim à guerra comercial.

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Os presidentes dos Estados Unidos e da China, Donald Trump e Xi Jinping Reuters/Kevin Lamarque

A China anunciou esta quinta-feira que chegou a acordo com os Estados Unidos para eliminar gradualmente as tarifas alfandegárias que foram introduzidas às importações durante os meses de guerra comercial entre os dois países.

Em Outubro, os dois países já haviam acordado uma trégua parcial para impedir o agravamento de um conflito que ensombra o crescimento da economia mundial.

Segundo o porta-voz do ministro do Comércio chinês, Gao Feng, citado pela Reuters, houve progressos e a disponibilidade de Washington para eliminar as tarifas alfandegárias foi uma condição fundamental para que isso acontecesse.

“A guerra comercial começou com as tarifas e deve terminar com a sua eliminação”, afirmou Gao, num briefing à imprensa. As duas potências deverão agora eliminar reciprocamente algumas das taxas existentes, para que se atinja a “fase um” de um acordo comercial.

“Se a China e os Estados Unidos atingirem um ‘acordo fase um’, os dois lados terão de reverter as tarifas adicionais na mesma proporção, simultaneamente e com base naquilo que ficar acordado”, afirmou Gao.

O responsável chinês não adiantou mais detalhes sobre que taxas estão em causa, nem o calendário em que as alterações poderão vir a ser concretizadas.

Tão pouco se sabe quando é que este acordo comercial poderá ser oficializado entre os dois países. Segundo a Bloomberg, que cita uma fonte próxima do processo, a assinatura poderá realizar-se apenas em Dezembro.

“Nas duas últimas semanas, os responsáveis pelas negociações dos dois países tiveram discussões sérias e construtivas para encontrar soluções adequadas para diversas questões”, garantiu Gao Feng.

A Reuters refere ter recebido a informação que os negociadores chineses estarão a pressionar Washington para “eliminar todas as tarifas o mais depressa possível”.

Em causa pode estar o fim das taxas de 15% aplicadas, em Setembro, a produtos avaliados em torno dos 125 mil milhões de dólares (cerca de 113 mil milhões de euros), bem como o de outras, de 25% (introduzidas anteriormente), aplicadas a importações calculadas em torno de 250 mil milhões de dólares (226 mil milhões de euros), de bens como máquinas, semicondutores ou mobiliário.

Governo diz que acordo entre UE e China é um “sinal de abertura"

O Governo português considerou esta quinta-feira que acordo bilateral para a protecção de 200 indicações geográficas (IGP) chinesas e europeias protegidas (100 de cada parte), incluindo seis portuguesas, é um “sinal de abertura” para novos acordos entre as partes.

Segundo o comunicado do gabinete do Ministério dos Negócios Estrangeiros, liderado por Augusto Santos Silva, a Comissão Europeia anunciou esta quinta-feira o fim das negociações do Acordo União Europeia - China sobre protecção das indicações geográficas, iniciadas em 2010.

“Trata-se do primeiro acordo comercial que a UE celebra com este parceiro estratégico, sendo um sinal político relevante de abertura das partes para a celebração de outros acordos. A China é o segundo destino para as exportações de produtos protegidos como indicações geográficas da UE”, refere o documento.

O acordo prevê a protecção dos produtos da lista contra imitações e usurpações, e o reforço do nível de informação dos consumidores, num total de 200 indicações geográficas, dez de cada parte.

“O acordo garantirá um elevado nível de protecção das indicações geográficas da UE no mercado chinês, numa matéria muito relevante para Portugal, e resultará em benefícios comerciais recíprocos”, explica.

Portugal tem seis indicações geográficas entre as 100 a proteger a partir da entrada em vigor do acordo, que se prevê venha a ter lugar até final de 2020, que são a pêra rocha do Oeste e os vinhos do Alentejo, Dão e Douro, Porto e Vinho Verde.

“Nos quatro anos seguintes, a protecção alargar-se-á a mais 175 indicações geográficas europeias, tendo Portugal sete produtos nessa lista”, frisa, que são os azeites de Moura, Trás-os-Montes, Alentejo Interior, Presunto de Barrancos/ Paleta de Barrancos, Queijo S. Jorge, Vinho da Bairrada e Vinho da Madeira. Com Lusa

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