Von der Leyen espera fechar equipa e iniciar mandato a 1 Dezembro

Aprovação do Governo romeno é um passo em frente para a presidente eleita da Comissão Europeia poder completar a sua equipa, que aguarda nomeações da Roménia e do Reino Unido.

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Ursula von der Leyen, na primeira apresentação da sua equipa, em 10 de Setembro Reuters/YVES HERMAN

A presidente eleita da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, acredita que ainda há tempo para concluir o processo de nomeações e iniciar o mandato no dia 1 de Dezembro — e com um comissário indicado pelo Reino Unido na sua equipa. “Estamos em contacto com todos os actores políticos, e também com o Parlamento Europeu, para ver quais as etapas a seguir para cumprir o nosso objectivo, que é a entrada em funções nessa data”, informou Eric Mamer, o porta-voz de Ursula von der Leyen, que se estreou no cargo esta segunda-feira.

Com um novo Governo aprovado pelo Parlamento de Bucareste, a equipa de transição de Ursula von der Leyen estima receber “nos próximos dias” o nome do candidato ou candidata da Roménia ao colégio de comissários. Essa pessoa, lembrou o porta-voz, tem de merecer o acordo da presidente eleita e obter a aprovação do Parlamento Europeu — foi a rejeição das candidaturas avançadas pela França, Hungria e Roménia que atrasou a formação da equipa da futura Comissão.

Von der Leyen já deu o seu aval aos nomes de Thierry Breton e Oliver Varhely indicados, respectivamente, pela França e a Hungria, para integrar a sua equipa. No caso do candidato francês, a presidente eleita confirmou a intenção de lhe atribuir a pasta do Mercado Interno, desenhada à medida das ambições do Presidente Emmanuel Macron.

No entanto, a futura líder da Comissão pretende aguardar pela nomeação da Roménia para decidir a distribuição das pastas da Vizinhança e Alargamento, e dos Transportes. “Neste momento, isso ainda não está fechado”, confirmou Eric Mamer, acrescentando que a atribuição dos pelouros “depende das personalidades apresentadas” e não dos “desejos dos Estados membros”.

Ainda sem nome — e sem pelouro — continua o comissário do Reino Unido. O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, disse sempre que não enviaria um candidato a Bruxelas, mas depois de pedir uma extensão do prazo do “Brexit” ficou obrigado a fazê-lo. “Há uma decisão do Conselho Europeu de 29 de Outubro, que no parágrafo 11 contém claramente uma obrigação para o Reino Unido de enviar uma candidatura”, apontou o porta-voz.

“Também nessa decisão, o Reino Unido comprometeu-se a não obstruir o trabalho das instituições europeias. Sendo assim, aguardamos a resposta do primeiro-ministro britânico”, prosseguiu, sem responder às perguntas dos jornalistas sobre as eventuais implicações de uma nega de Boris Johnson.

Segundo Eric Mamer, “terá de se encontrar uma solução” para a situação inédita criada pelo adiamento da data do “Brexit”, e nesse sentido há “contactos regulares” e “uma reflexão profunda” em curso para “determinar o melhor caminho para compatibilizar as obrigações do Reino Unido e a entrada em funções da nova Comissão”.

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