Ritmo de crescimento das rendas abranda em Lisboa e Porto

As duas maiores cidades do país registaram aumentos de novas rendas inferiores à média nacional.

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Depois das fortes subidas, rendas estabilizam em Lisboa e Porto Pedro Fazeres

Depois das fortes subidas registadas nos últimos anos, as rendas dão sinais de estabilização na capital e na invicta. “O segundo trimestre de 2019 confirmou a tendência de arrefecimento na subida das rendas das casas em Lisboa e Porto, ambas registando aumentos abaixo da média nacional, de acordo com os dados do Índice de Rendas Residenciais da Confidencial Imobiliário (CI), divulgado esta quinta-feira. 

O índice da CI, revista especializada no tratamento de dados do sector imobiliário, é calculado a partir dos valores dos novos contratos de arrendamento celebrados.

Em Lisboa, as rendas aumentaram 5,6% em termos homólogos no segundo trimestre, depois de se manterem praticamente inalteradas em termos trimestrais (0,2%), avança a mesma fonte, acrescentando que é preciso recuar ao terceiro trimestre de 2014 para encontrar uma variação homóloga mais baixa (2,6%).

Os dados confirmam “o ciclo de sucessivas travagens das subidas ao longo do último ano”, defende a CI. Após a subida de 21,9% registada no segundo trimestre de 2017 (a qual foi o exponente máximo do ciclo de recuperação iniciado em finais de 2013, após as queda de 19% no período da crise), o aumento anual das rendas em Lisboa ainda se manteve em torno dos 20% até início de 2018, mas começou a abrandar a partir daí, passando de uma variação homóloga de 17% no segundo trimestre de 2018 para a agora registada, avança a CI.

No Porto, a variação homóloga no segundo trimestre de 2019 foi de 9,7%, “a mais baixa dos últimos dois anos”. Também em termos trimestrais, a subida de 1,7% representa um arrefecimento: até este mercado, a variação máxima foi atingida no terceiro trimestre de 2018, com uma subida homóloga de 23,1%, culminando o percurso de intensificação das subidas sentido desde meados de 2017.

No final de 2018, o crescimento das rendas já tinha recuado para 18,9%, passando para 13,5% no trimestre seguinte e atingindo agora o patamar abaixo dos 10%.

A nível nacional, as rendas das casas subiram 10,8% em termos homólogos no período em análise, mantendo o ritmo médio de crescimento verificado nos dois últimos anos (de 11%). A variação trimestral foi de 2,7%, igualmente em linha com a subida média de 2,8% registada desde o segundo trimestre de 2017. 

“Estes resultados sugerem um comportamento semelhante ao dos preços de venda de casas, cujas subidas mais recentes no agregado do país parecem agora ser impulsionadas pelos mercados periféricos e não por Lisboa e Porto”, explica Ricardo Guimarães, director da CI. 

Até porque, acrescenta o responsável, “os dados disponíveis não sinalizam ter havido um aumento da oferta que, por sua vez, estivesse a pressionar as rendas para baixo, sendo este ciclo de estabilização o culminar de um processo de crescimento muito forte registado até agora e que, naturalmente, não poderia prosseguir indefinidamente”.

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