Novo evento de ondas gigantes da Nazaré vai ser “dez vezes melhor e dez vezes maior”

“Hoje, Nazaré é semelhante ao que a costa Norte do Havai era nos anos 1970”, diz um dirigente da Liga Mundial de Surf.

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LUSA/CARLOS BARROSO

As ondas gigantes da Nazaré vão ter durante o inverno um novo evento, o Nazaré Tow Surfing Challenge, que o responsável da Liga Mundial de Surf (WSL) antecipa como “dez vezes melhor e dez vezes maior” do que o anterior.

Na apresentação da nova competição, esta quarta-feira, general manager da WSL prometeu “um espectáculo que o mundo inteiro vai apreciar”. “É muito excitante lançar um evento completamente novo. É uma oportunidade”, disse Bill Sharp, acreditando que, por ter sido criado de raiz, o Nazaré Tow Surfing Challenge será “dez vez melhor e dez vezes maior”. 

Sharp considera que a vila passou “de um sítio agradável para passar o Verão para ser o centro do mundo nas ondas gigantes”. “Hoje, a Nazaré é semelhante ao que a costa norte do Havai era nos anos 1970. Vai ser um espectáculo que o mundo inteiro vai apreciar e ainda vai crescer nos próximos anos”, disse, assumindo “muita expectativa”.

O período de espera pelas ondas ideais para o Nazaré Tow Surfing Challenge começa na sexta-feira e estende-se até 31 de Março de 2020. Durante cinco meses, dez equipas de surfistas internacionais vão estar na Nazaré. O director da WSL para a Europa, Francisco Spínola, também deposita grandes esperanças na nova competição, que surge como “a evolução natural” do trabalho feito nos últimos anos. “Este é o ano zero. Este evento vai crescer massivamente. Estamos a criar algo que nunca foi feito antes e que, provavelmente, vai ser o maior evento de surf de sempre”, explicou.

Nic von Rupp, António Silva, Alex Botelho e Hugo Vau vão ser os portugueses presentes na competição, com Botelho e Vau a representarem a ‘equipa Portugal’. É o culminar do trabalho de longos anos. Sempre representámos o país ao mais alto nível e somos dois representantes à altura do desafio”, afirmou Hugo Vau. Alex Botelho disse acreditar que o novo modelo de competição vai ajudar “mais pessoas a conhecerem a Nazaré”, porque a cobertura mediática “vai ser levada mais longe”.

“Se se reunirem as condições perfeitas, ninguém vai ficar indiferente à Nazaré e de certeza que mais fãs ficarão atentos ao que se passa aqui”, acrescentou Hugo Vau. E quanto ao resultado final, Alex Botelho garantiu que Portugal, “pelo menos a nível da diversão, vai ficar em primeiro”. “Somos daqueles que nos divertimos mais. Não vamos por pressão nenhuma para além da que temos. Queremos estar focados e a viver o momento presente”, referiu.

Na Nazaré espera-se sempre por um novo recorde mundial da maior onda surfada, mas Botelho e Vau não pensam nisso. “É muito complicado e não é isso que nos move. Nunca fomos para a água atrás disso e não vai ser agora”, sublinhou Vau. Para o surfista português é importante “não esquecer que surfar uma ondas destas e sobreviver é já um prémio, é quase um recorde em si”. “Além disso”, brincou Alex Botelho, “não vamos a descer as ondas com uma fita métrica”.

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