Projecto para prevenir a diabetes vai realizar rastreios em três bairros de Lisboa

Bairros da freguesia da Penha de França irão receber acções de formação com o objectivo de promover a literacia em saúde e a capacitação de pessoas com diabetes e pré-diabetes.

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DRO DANIEL ROCHA - PòBLICO

O projecto “Diabetes no Bairro” vai realizar rastreios e acções de formação para prevenir a doença em três bairros da freguesia da Penha de França, em Lisboa, anunciou esta segunda-feira a Associação Protectora dos Diabéticos de Portugal (APDP).

Num comunicado enviado às redacções, a APDP avança que “vão ser realizados rastreios e identificados grupos em risco acrescido de desenvolver diabetes tipo 2” nos bairros Horizonte, Alto da Eira e Quinta do Lavrado.

O projecto contará também com “acções de formação destinadas a equipas escolares e cuidadores formais e informais, com o objectivo de promover a literacia em saúde e a capacitação das pessoas com diabetes e pré-diabetes, dos seus familiares e respectivos cuidadores, através de uma estratégia de intervenção comunitária”, acrescenta a mesma nota.

Fonte da APDP indicou à Lusa que o início destas acções de rua está previsto para “meados de Novembro, início de Dezembro”, acrescentando que o “calendário ainda não está fechado”.

O “Diabetes no Bairro” resulta de um protocolo estabelecido entre a APDP, a Câmara Municipal de Lisboa, organizações de saúde e estruturas locais, no âmbito do programa BIP/ZIP -- Bairros e Zonas de Intervenção Prioritária.

Citado no comunicado, o presidente da APDP, José Manuel Boavida, destaca que esta doença está relacionada “com o baixo rendimento e a baixa escolaridade”, pelo que o projecto “Diabetes no Bairro” tem “como objectivo prevenir a diabetes tipo 2 junto das populações que têm um risco mais elevado de a desenvolver e garantir a melhoria da qualidade de vida daqueles que já vivem com a doença, através de uma abordagem de proximidade”.

“Com a promoção de acções de rastreio que possibilitem o diagnóstico precoce da diabetes estamos a capacitar as pessoas e a educá-las para a prevenção da diabetes e, desta forma, conseguimos evitar a sua progressão ou retardar o surgimento das complicações que lhe estão associadas”, defende.

Segundo a associação, “a diabetes tipo 2 é a forma mais comum desta doença, sendo que a sua incidência e prevalência verifica-se essencialmente na população urbana com mais de 45 anos”, acrescentando que “os grupos menos favorecidos, como as minorias étnicas, os desempregados, os imigrantes, as pessoas com deficiência, dependentes de drogas e pessoas idosas, apresentam um maior risco relativamente à doença e desvantagem no acesso aos serviços de saúde”.

“Portugal é o país da União Europeia que tem mais pessoas com diabetes. Mais de um milhão de portugueses têm diabetes, um número que sobe para um milhão e 300 mil pessoas, quase 14% da população, quando se soma o número de pessoas por diagnosticar”, refere ainda a APDP.

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