Votos da emigração dão dois deputados ao PS e outros dois ao PSD

Paulo Pisco e Paulo Porto Fernandes (em substituição de Augusto Santos Silva) foram eleitos pelo PS, José Cesário e Carlos Gonçalves pelo PSD.

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Em cima, Paulo Pisco (à esquerda) e Paulo Porto Fernandes, eleitos pelo PS. Em baixo, Carlos Gonçalves (à esquerda) e José Cesário, eleitos pelo PSD DR

Dez dias depois da ida às urnas, estão escolhidos os 230 deputados que se irão sentar no hemiciclo de São Bento durante os próximos quatro anos. Os votos dos emigrantes pelos círculos da Europa e Fora da Europa elegeram esta quinta-feira os quatro parlamentares que faltavam: Paulo Pisco e Paulo Porto Fernandes (em substituição de Augusto Santos Silva, que voltará a ser ministro), pelo PS; José Cesário e Carlos Gonçalves, pelo PSD.

Os votos dos portugueses residentes no estrangeiro foram contabilizados entre quarta e quinta-feira, no Pavilhão do Casal Vistoso, em Lisboa, ficando atribuídos os mandatos dos círculos da Europa e fora da Europa, tradicionalmente divididos entre PS e PSD.

Depois de terem sido enviadas 1.464.709 cartas com boletim de voto para um total de 186 países, regressaram 158.252 mil envelopes com votos, o que coloca a taxa de participação em 10,79%.

Terminadas as contas, o PS ficou com 26,24% dos votos e o PSD com 23,42% nos círculos da emigração.

Já o PAN foi a terceira força política mais votada, com 4,84%, logo à frente do Bloco de Esquerda (4,75%) e do CDS (3,36%).

Apesar do empate em número de deputados e da vitória do PS na generalidade da emigração, é possível ir ao concreto e explicar que enquanto na Europa o PS saiu vencedor, com 29,06% (PSD teve 18,77%), Fora da Europa a tendência dos últimos anos manteve-se: PSD venceu com 33,39% e PS ficou atrás com 20,19%.

Em 2015, os quatro mandatos foram divididos por três deputados da coligação PàF (Portugal à Frente) e um deputado do PS. Do lado dos socialistas, apenas um dos candidatos foi eleito. Paulo Pisco garantiu a sua reeleição pelo círculo da Europa. Os restantes mandatos foram atribuídos aos deputados da coligação PSD/CDS. Já a PàF elegeu José Cesário e Carlos Gonçalves pelo círculo Fora da Europa.

Há quatro anos, os socialistas não conseguiram eleger nenhum deputado pelo círculo Fora da Europa.

Conheça os deputados eleitos:

Pelo círculo da Europa...

Paulo Pisco (PS)
Com 58 anos, foi o único socialista eleito pelos círculos no estrangeiro em 2015. Eleito deputado por este círculo desde 2009, é o actual coordenador dos deputados socialistas na Comissão dos Negócios Estrangeiros e Comunidades Portuguesas. Com formação em Filosofia e uma pós-graduação em Estudos Europeus, na Bélgica, é membro da Comissão das Migrações e Refugiados da Assembleia Parlamentar do Conselho da Europa e vice-presidente da Sub-Comissão das Diásporas, que integra a Comissão das Migrações, Refugiados e Pessoas Deslocadas. Enquanto jornalista, escreveu para jornais das comunidades na Europa.

Carlos Gonçalves (PSD)
O deputado social-democrata de 58 anos é reeleito pelo círculo pelo qual foi a votos em 2015. Licenciado em Geografia, foi vice-presidente da Comissão de Negócios Estrangeiros e Comunidades Portuguesa. Desempenhou o cargo de secretário de Estado das Comunidades Portuguesas durante o Governo de Pedro Santana Lopes. A viver em França, onde nasceu, foi também presidente da mesa da secção do PSD de Paris. É técnico superior dos quadros da acção externa do Ministério dos Negócios Estrangeiros e funcionário do Consulado Geral de Portugal em Paris.

...e pelo círculo Fora da Europa

José Cesário (PSD)
O deputado social-democrata de 61 anos é reeleito pelo círculo Fora da Europa, pelo qual concorre desde 2005. Licenciado em Ensino no Instituto Superior de Ciências Educativa, José Cesário foi deputado no Parlamento português desde 1983, sempre pelo círculo de Viseu. Entre 2011 e 2015, Cesário foi secretário de Estado das Comunidades Portuguesas.

Paulo Porto Fernandes (PS)
Augusto Santos Silva, de 63 anos, era o cabeça de lista do PS pelo círculo Fora da Europa, mas o facto de já ter sido reconduzido Ministério dos Negócios Estrangeiros faz com que passe o seu lugar de deputado ao segundo posicionado. O socialista será, assim, substituído pelo advogado madeirense Paulo Porto Fernandes. Residente no Brasil, o agora deputado disse em entrevista que a sua prioridade depois de eleito será “aprimorar o processo de nacionalidade para os netos”, que necessita de “agilização e simplificação dos procedimentos”.

Resultados finais

Apurados que estão todos os círculos, o PS venceu as legislativas sem maioria absoluta, com 36,34% dos votos, e conseguiu eleger 108 deputados. O PSD foi o segundo partido mais votado, com 27,76% dos votos e 79 deputados. A taxa de abstenção fixou-se nos 51,43%.

Houve mais seis partidos e uma coligação que elegeram deputados: o BE (9,52% dos votos e 19 mandatos); a CDU (6,33% e 12 mandatos); o CDS-PP (4,22% e 5 deputados); o PAN (3,32% e quatro deputados); o Chega (1,29% e um deputado); a Iniciativa Liberal (1,29% e um deputado) e o Livre (1,09% e um deputado).

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