TAP retoma programa social com identificação de 400 trabalhadores

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A segunda fase do plano de redução de efectivos da TAP vai avançar Rui Gaudêncio

A segunda fase do plano de redução de efectivos da TAP vai avançar com a saída de 400 trabalhadores da companhia aérea, já identificados internamente na semana passada. Ficaram por contemplar cerca de 500 interessados em deixar a empresa ao abrigo do plano de rescisões em curso - ironicamente, o número de adesões ao programa social, que entrou em andamento em meados do ano passado, é superior aos objectivos da administração.

A meta até ao final do ano é reduzir para 8200 o número de trabalhadores, como já foi anunciado pela TAP. Contando com aqueles que saíram durante o ano passado, calcula-se que até ao final de 2001 a transportadora ficará com menos 700 efectivos. "Não estamos penalizando a mão-de-obra que trabalha directamente com os clientes", indicou ao PÚBLICO o administrador-delegado da companhia aérea, Fernando Pinto, acrescentando que o número de saídas está "bem dividido entre as três áreas" da empresa - transporte aéreo, manutenção e serviços de assistência em escala.

Quanto às indemnizações, vão ser pagas em etapas: além de por mês saírem em média 60 pessoas, irão receber o dinheiro em três ou quatro prestações. Os custos líquidos do programa estimados para este ano ascendem a 2,2 milhões de contos - valor que tem em conta a previsível diminuição dos gastos com pessoal, adiantou o responsável máximo. A retoma da diminuição de efectivos só foi possível devido ao recente empréstimo de oito milhões de contos pelo japonês Tokyo Mitsubishi Bank, uma das operações a que o SAirGroup (Swissair) se comprometeu a dar o seu aval após desistir da parceria estratégica com a companhia aérea portuguesa.

Aliás, segundo o administrador-delegado, os compromissos dos suíços reduzem-se agora apenas ao pagamento da indemnização por terem voltado atrás na compra de 34 por cento do capital da TAP, cujas negociações "irão realizar-se até ao final do ano." No caso do refinanciamento do Airbus 310 pertencente à frota de longo curso, a TAP optou pelo Bank of Scotland em detrimento da subsidiária do SAirGroup especializada em "leasing" de aviões e de outras duas instituições financeiras. "O banco escolhido pratica juros bem abaixo do mercado", afirmou.

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