Com que Governo Costa pode contar? Seis certezas e duas dúvidas a partir das primeiras projecções

O PS faz contas à esquerda e à direita. Parlamento abre-se a várias novas forças políticas sem ser necessária qualquer reforma do sistema político

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LUSA/ANTONIO COTRIM

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  • O PS não chega à maioria absoluta mas precisará apenas de um parceiro

Uma coisa é certa. António Costa é um vencedor. Há quatro anos ficou em segundo lugar, agora ganha as eleições. Mas a maioria absoluta não é certa. Olhando para as projecções, apenas a da SIC/Expresso admite mais de 115 deputados para o PS mas no cenário mais optimista. No conjunto das três projecções divulgadas às 20h, o cenário mais provável é que lhe baste apenas um partido para conseguir reunir os 116 votos necessários para ter a maioria no Parlamento. E quanto mais pequena for a diferença para os 116 votos, mais hipóteses de escolha terá: desde o BE a um dos pequenos partidos, passando pelo PAN. 

  • BE é um dos grandes vencedores

Em 1999, o BE estreava-se em S. Bento com 2,44% e dois deputados. Exactamente 20 anos depois, pode chegar aos 24 lugares. Não há dúvidas que Catarina Martins tem muitas razões para celebrar.

  • Rui Rio aguenta-se à frente do PSD?

Em 2015, PSD e CDS juntos obtiveram 36,8%. Rui Rio deverá ficar perto dos 28%. Significa isso que, apesar da derrota, tem condições para aguentar-se à frente do partido? Há algumas semanas, as sondagens que lhe davam 21% fizeram Rio admitir sair pelo próprio pé depois deste domingo. Nos últimos dias, porém o líder do PSD parece ter mudado de ideias. Será que os críticos internos vão começar a disparar sobre si já esta noite?

  • CDS pode ficar atrás do PAN

Este é um dos grandes medos do CDS, que tem agora 18 deputados, e ainda vai demorar algumas horas até ser completamente dissipado. Será humilhante se o CDS de Assunção Cristas passar de quarta força política para um lugar atrás de um dos mais novos partidos. A projecção da Católica é a única que põe o PAN à frente do CDS - em número de assentos podem ficar com seis. Assunção Cristas, contudo, não esperou muito para assumir a derrota em relação a 2015 e já discursou anunciando que vai convocar eleições e não tenciona recandidatar-se.

  • CDU encolhe, encolhe

Enquanto um dos parceiros do PS (o BE) sobe, o outro (a CDU) desce. Como explicar isto? O partido de Jerónimo de Sousa, que actualmente tem 17 deputados, pode ficar quase com metade. Será a terceira eleição consecutiva em que a CDU desce depois das autárquicas e das europeias.

  • Iniciativa Liberal impõe-se

Uma das novidades da noite deverá ser a rápida entrada do Iniciativa Liberal em S. Bento. Duas das projecções dão a este partido, liderado por Carlos Guimarães Pinto, a provável eleição de dois deputados. O Livre e o Chega estão perto de eleger um representante.

  •  Nunca houve tão poucas pessoas a votar em legislativas

As primeiras projecções, feitas pela Universidade Católica para a RTP, indicam que a taxa de abstenção se situará entre os 44% e os 49%. Já as projecções ICS/ISCTE para a SIC/Expresso apontam para um valor mais elevado: entre 47,5% e 51,5%. A taxa mais elevada de abstenção em legislativas registou-se nas eleições de 2015 com 43%.

  • 19% decidiram o seu voto nos últimos oito dias

O dado é da projecção SIC/Expresso. Isto significa que as campanhas, na verdade, servem para ajudar as pessoas a decidir. Pelos vistos, uma em cada cinco pessoas que foram votar formularam a sua opinião já com os candidatos na estrada.

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