É oficial: The Ocean Cleanup recolhe plástico do Pacífico pela primeira vez

O fundador da associação The Ocean Cleanup, Boyan Slat, anunciou que a sua criação está finalmente a conseguir recolher plásticos na Grande Mancha de Lixo do Pacífico. Tirando proveito da corrente marítima, o sistema é capaz de capturar desde microplásticos até material de pesca de grandes dimensões.

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Já todos sabemos que a grande quantidade de plástico nos mares é um dos maiores problemas que a humanidade tem de resolver. Algo que pode estar prestes a mudar, já que a associação sem fins lucrativos, The Ocean Cleanup, está a conseguir, por fim, recolher plástico da ilha de lixo do Pacífico Norte. 

O sistema, que tem sido amplamente noticiado nos últimos tempos, consiste num conjunto de tubos que formam uma barreira flutuante em forma de U que consegue apanhar o plástico, deixando uma abertura na parte inferior para que os peixes e outros animais possam nadar em liberdade.

Depois do teste lançado em Setembro de 2018 e concluído em Janeiro de 2019 ter sido um fracasso, pois não se conseguiu recolher praticamente nenhum plástico e a estrutura acabou até por se partir, Boyan Slat, fundador da The Ocean Cleanup, pensou que talvez usar a corrente a seu favor seria uma boa abordagem.

Parece estar a dar frutos. Esta quarta-feira, 2 de Outubro, o holandês de 25 anos anunciou numa conferência de imprensa em Roterdão que é com “muito orgulho” que estão finalmente a conseguir recolher plástico na Grande Mancha de Lixo do Pacífico, um amontoado de lixo que tem 17 vezes o tamanho de Portugal, situado entre o Havai e a costa da Califórnia. “Agora temos um sistema autónomo na Grande Mancha de Lixo do Pacífico que usa as forças naturais do oceano para capturar e concentrar passivamente os plásticos, confirmando assim o princípio mais importante por trás do sistema de limpeza do oceano”, disse Slat à CNN

De acordo com um estudo publicado a 12 de Setembro na revista científica Nature, o consumo anual de plástico ultrapassou os 320 milhões de toneladas, com a produção de plástico a atingir números nunca antes vistos. O método criado por Slat pode fazer a diferença, pois, indica a mesma investigação, é capaz de apanhar microplásticos com apenas um milímetro, mas também grandes objectos de pescas abandonados.

“O conceito funciona, agora tudo se resume a aperfeiçoar as coisas”, adiantou um porta-voz da organização ao The Guardian. Por isso, o plano agora é ampliar o sistema e torná-lo mais forte, para que possam ser atingidos os objectivos de, nos próximos cinco anos, capturar 50% dos resíduos (cerca de 40 mil toneladas) da Grande Mancha de Lixo do Pacífico.

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