No Brasil, Setembro já soma quase tantos incêndios como Agosto

Chamas continuam a consumir a floresta brasileira. Ministério da Defesa revela já ter aplicado mais de sete milhões de euros de multas.

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Reuters/RICARDO MORAES

Só nos primeiros 23 dias de Setembro, o número de focos de incêndio no Brasil já se aproximou do número registado na totalidade do mês de Agosto, o pior mês em termos de área ardida desde 2010. Os dados constam do relatório diário do Programa Queimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). Entre o dia 1 de Setembro e esta segunda-feira, em todo o território brasileiro, contabilizaram-se mais de 47 mil focos de incêndio. Este número representa uma descida de 9% em relação ao mesmo dia do mês anterior, Agosto, mas já não está longe do total nacional registado então: 52 mil focos

Especificamente em relação à região da floresta amazónica, foram registados neste mesmo período de Setembro 21.761 focos de incêndio. Em Agosto, arderam mais de 24 mil quilómetros quadrados da floresta amazónica. Relativamente à área ardida, os dados de Setembro só serão divulgados na sua totalidade no final do mês.

Entre o dia 1 de Janeiro e o dia 31 de Agosto de 2019, em todo o Brasil, foram contabilizados quase 92 mil focos de incêndio, um aumento de 67% em relação a 2018, ano em que se registaram 54 mil focos de incêndio. 

As chamas continuaram assim a lavrar na Amazónia em Setembro, semanas depois de as atenções internacionais se terem direccionado para o flagelo dos incêndios na região e, sobretudo, para a resposta tímida do Governo brasileiro e para as declarações do Presidente Jair Bolsonaro sobre a autoria dos sinistros.

Nos últimos 15 anos, o número de incêndios em Setembro foi quase sempre superior ao de Agosto, com excepção de 2010, quando os satélites do instituto que monitoriza as florestas do Brasil apontaram 45.018 fogos em Agosto e 43.933 em Setembro.

O Ministério da Defesa brasileiro avançou esta segunda-feira que já aplicou mais 112 multas no valor total de em mais de 36,3 milhões de reais (cerca de 7,8 milhões de euros) por irregularidades cometidas na Amazónia durante o primeiro mês de actuação das Forças Armadas no combate aos incêndios naquela região. Segundo informações avanças pela tutela ao portal de notícias G1, 63 pessoas foram detidas e 20 mil metros cúbicos de madeira, 15 camiões, 5 tractores e uma escavadora foram apreendidos.

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