“A principal guerra será travada em Portugal”: o misterioso papel encontrado em casa de Rui Pinto

Da acusação consta a transcrição de um papel manuscrito, da autoria de Rui Pinto, encontrado na casa de Budapeste. Nele constam exigências e planos para quando fosse descoberto.

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CMTV

Rui Pinto foi detido a 16 de Janeiro numa casa que habitava em Budapeste. Após a detenção, as autoridades passaram a pente fino a residência do alegado pirata informático.

Por entre material informático e outros documentos, a acusação do Ministério Público vem revelar o conteúdo de um papel manuscrito que atribui a Rui Pinto. Sem contextualizar o conteúdo, nem sequer referir uma data, percebe-se, com base em várias frases aparentemente soltas, que Rui Pinto teria desenhado um plano de negociação para quando fosse descoberto.

Na acusação, o texto está reproduzido na íntegra. O início é enigmático deixando por perceber a quem se dirige esta carta.

Começa assim: “Poder de veto relativamente a todas as histórias sobre mim e o projecto. Permissão para partilhar os documentos através da plataforma EIC durante um período de tempo limitado, mais tarde posso aceitar extensões dependendo da forma como os parceiros funcionarem.” Nunca se percebe nesta transcrição a que parceiros se refere.

Outra das frases sugere que se trata de uma negociação e que pretende ter “rendas de casa, despesas durante muito tempo”. Lê-se a seguir: “Não quero coisas temporárias, quero uma salvaguarda para o futuro.”

Rui Pinto refere-se também ao futuro da sua companheira: “A minha namorada acompanhar-me-á e precisa de estabilidade e de um emprego. Não quero que pague pelos meus erros.”

Todo este alegado plano, partiria do pressuposto de que a identidade de Rui Pinto iria - como aconteceu - ser revelada. 

“A partir do momento em que o público souber de mim, estarei disponível para entrevistas na televisão, participações em conferência, etc. Preciso de uma equipa de relações públicas e de alguém que conheça bem as especificidades do mercado português.”

Rui Pinto admitia que “a principal guerra será travada em Portugal”. E tecia depois considerações sobre o sistema judicial português: “Um país corrompido com níveis elevados de corrupção, falta de justiça e um dos países mais repressivos em relação a delatores. É necessário processar a Cofina. São os ponta-de-lança da polícia e do ministério público e manipulam as pessoas. Contrato de 5 anos.”

Por fim, revela que o seu envolvimento vai além dos casos ligados ao futebol: “Não estou apenas envolvido em FL [Football Leaks], também os ficheiros Malta e outros temas que podem expor corrupção com branqueamento de capitais.”

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