Doclisboa: Galiza a abrir, Portugal a fechar

Festival de cinema documental escolhe tangentes à ficção para abertura e encerramento da edição 2019: Longa Noite de Eloy Enciso e Technoboss de João Nicolau

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O jurista e gestor Miguel Lobo Antunes (ex-administrador do CCB e da Culturgest) no papel de herói no filme de João Nicolau dr

Enquanto se ultimam os preparativos para o anúncio da programação completa, o Doclisboa acaba de anunciar os títulos que vão abrir e fechar a edição 2019, a decorrer de 17 a 27 de Outubro. Ambos os filmes colocam-se mais do lado da ficção do que do documentário e vêm directamente da competição do Festival de Locarno: a abertura, a 17 de Outubro, faz-se com Longa Noite, segunda longa do galego Eloy Enciso, uma fantasmagoria hipnótica e literária à volta das memórias da Guerra Civil; e o encerramento, a 27, caberá ao off-road movie musical Technoboss de João Nicolau, com Miguel Lobo Antunes no papel de um representante comercial em pré-reforma.

Longa Noite, que sucede a Arraianos na carreira do cineasta galego, é um filme construído a partir de fragmentos de poemas, cartas, peças, memórias que querem manter vivo o debate sobre a sociedade civil espanhola do século XX, numa ficção que se inspira regularmente de factos reais. O filme não tem ainda distribuição assegurada em Portugal. Já Technoboss, terceira obra do português Nicolau depois de A Espada e a Rosa e John From, terá estreia comercial pouco tempo depois do festival (a 7 de Novembro) e é uma ficção assumida, numa órbita exterior ao documentário e que o Doclisboa já explorou em edições anteriores. Os dois filmes juntam-se às retrospectivas já anunciadas sobre o cinema da Alemanha de Leste e sobre a cineasta libanesa Jocelyne Saab, e à presença de filmes de Werner Herzog, Thomas Heise ou Lech Kowalski na paralela Da Terra à Lua. 

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