Novos iPhones apostam nas câmaras para atrair consumidores

Apple continua a estratégia de vender conteúdos por assinatura e anunciou para Novembro o serviço de séries e filmes Apple TV+.

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Tim Cook, o presidente da Apple, na apresentação de terça-feira Stephen Lam/Reuters
Característica do telefone
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Phil Schiller, um executivo de topo. Os preços em Portugal são mais elevados Stephen Lam/Reuters
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O iPhone 11 tem duas câmaras traseiras Stephen Lam/Reuters
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O novo Apple Watch Stephen Lam/Reuters

Atrás de uma das tendências do sector, a Apple revelou um novo trio de iPhones numa apresentação em que sublinhou as capacidades das câmaras, uma das características em que as marcas mais têm apostado para tentar conquistar consumidores cada vez mais avessos a trocar frequentemente de telemóvel.

Os novo topos de gama, os iPhones 11 Pro e Pro Max, têm três câmaras traseiras: uma grande angular, uma ultra grande angular e uma teleobjectiva. Todas têm 12 megapíxeis. O Pro tem um ecrã de 5,8 polegadas, ao passo que o Max surge em 6,5 polegadas.

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As câmaras do iPhone 11 Pro e Pro Max Getty Images

Já o novo modelo de gama mais baixa, o iPhone 11, tem duas câmaras traseiras. Ambas têm 12 megapíxeis e estão equipadas com lentes de grande angular. O ecrã neste modelo é de 6,1 polegadas.

A Apple revelou também uma funcionalidade de software concebida para tirar fotografias com maior detalhe. Chamada deep fusion, faz com que as câmaras capturem nove imagens, que são depois combinadas numa única fotografia. A funcionalidade não estará disponível logo no lançamento dos novos aparelhos, com a Apple a planear disponibilizá-la através de uma actualização de software.

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As câmaras do novo iPhone 11 Stephen Lam/Reuters

Como já se tornou habitual, os topos de gama serão vendidos acima das fasquia dos mil euros: o preço do 11 Pro começa nos 1179 euros, ao passo que o Pro Max começa nos 1279 euros. O 11 custará, pelo menos, 829 euros. Há versões mais caras, com maior capacidade de armazenamento.

Os novos telemóveis da Apple foram apresentados nesta terça-feira, na Califórnia, no final de uma sucessão de anúncios que ilustraram a importância crescente dos serviços de conteúdos por assinatura na estratégia de negócio a empresa.

A Apple anunciou o lançamento do serviço de jogos Apple Arcade, que estará disponível a partir de 19 de Setembro, bem como o serviço de streaming de filmes e séries Apple TV+, que poderá ser subscrito a partir de Novembro. A Apple mostrou alguns dos conteúdos criados exclusivamente para este serviço, que terá um preço de 4,99 dólares, um valor que é inferior ao de serviços concorrentes, como o Netflix. A Apple, porém, tem um leque limitado de conteúdos face aos rivais.

Fiel à estratégia de criar um ecossistema que junta equipamentos e conteúdos, a Apple anunciou que quem comprar um iPhone, iPad, Apple TV ou um computador Mac terá acesso a um ano de Apple TV. Já no passado a popularidade dos iPhones ajudou a fomentar a venda de Mac e de serviços online da empresa, como o iCloud, um serviço de armazenamento online.

Foram ainda reveladas novas versões do iPad e do relógio Apple Watch.

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Uma das novas funcionalidades do relógio é a possibilidade de ter o ecrã permanentemente ligado, sem ser necessário mexer o pulso ou tocar no aparelho. Para poupar bateria, o sistema diminui automaticamente o brilho do ecrã quando este não está a ser usado.

Vendas esfriaram

As vendas do iPhone começaram a arrefecer em 2016, ano em que o número de unidades vendidas caiu pela primeira vez desde o lançamento do iPhone original, em 2007.

PÚBLICO -
Aumentar

Com os consumidores a prolongarem a vida útil dos aparelhos, Apple tem perdido terreno para a Samsung e para a Huawei. No segundo trimestre, a Apple tinha uma fatia de 10% do mercado (com a chinesa Xiaomi atrás, mas a pouca distância). Já a Huawei conseguia 18% e a Samsung tinha 23%, segundo estimativas da analista IDC.

Contudo, a Apple tem conseguido manter em crescendo a facturação do iPhone, graças ao aumento do preço dos novos aparelhos, uma estratégia que as outras marcas também adoptaram para os respectivos topos de gama.

Ao contrário da Apple, porém, a Samsung e a Huawei têm tentado mostrar o que pode ser uma próxima geração de telemóveis: ambas as marcas apresentaram modelos de ecrã dobrável, embora sejam equipamentos de preço muito elevado e que servem mais como uma demonstração do que poderá ser o futuro do sector do que como um produto com ambição de ser um sucesso junto dos consumidores.

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