Uma prancha de beatas (e um filme) para surfar a onda da conservação ambiental

Taylor e Ben já construíram cinco pranchas com milhares de beatas apanhadas nas praias. Em cima delas, andam a entrevistar vários surfistas para um filme que deverão apresentar em 2020.

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Primeiro, Taylor Lane criou uma prancha de surf feita com dez mil beatas de cigarros recolhidas em limpezas de praias na costa da Califórnia, nos Estados Unidos. Teve a ajuda de Ben Judkins, o realizador com quem o designer industrial está agora a fazer um filme para surfar a onda da popularidade da prancha que também usa espuma de polietileno de caixas de peixe.

O par anda atrás de surfistas, activistas, associações e cientistas que lutam para minimizar o lixo nos oceanos. Com as histórias (e soluções) deles vão fazer um documentário que parte das beatas para “reflectir sobre a cultura de plástico de uso único e como isso está a afectar os oceanos”.

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Taylor Lane, designer industrial e Ben Judkins, realizador. The Cigarette Surfboard

A primeira Cigarrete Surfboard entretanto já têm cinco, “mais leves e funcionais” — foi construída em 2017, para participarem numa competição internacional organizada pela Vissla, uma marca de artigos para surfistas. O objectivo era desenvolver um desses artigos recorrendo a materiais considerados lixo ou desperdício. “Que tipo de desperdício poderíamos salvar para fazer uma declaração forte sobre poluição e saúde da costa, capturando os corações e mentes dos surfistas, ambientalistas e cidadãos?”, questionam no site oficial do projecto, que começou com uma campanha de crowdfunding que angariou quase 20 mil euros. Ainda não há datas para a apresentação do filme, finalizado apenas em 2020. Recentemente, Taylor e Ben, que também são surfistas, estiveram no Havai para entrevistar Jack Johnson, surfista feito músico. 

As beatas são a principal fonte de poluição marinha e não são biodegradáveis. Antes, vão-se degradando, transformando-se em microplásticos e libertando cerca de 4700 substâncias. Estima-se que, apenas em Portugal, sejam atiradas para o chão sete mil beatas por minuto. A “lei das beatas”, que prevê o pagamento de multas que vão dos 25 aos 250 euros para quem atirar beatas para a via pública, entrou em vigor a 4 de Setembro. As pontas de cigarros, charutos ou outros cigarros que contenham tabaco passam a ser equiparadas a resíduos sólidos urbanos e fica, portanto, proibido o seu “descarte em espaço público”.​

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