Alunos dos Açores vão aprender história, geografia e cultura da região

O ano lectivo 2019/2020 terá uma nova disciplina obrigatória de História, Geografia e Cultura dos Açores para o segundo e terceiro ciclo. O primeiro ciclo ensinará o mar.

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Maria João Gala/Arquivo

O ano lectivo arranca no arquipélago a 16 de Setembro com uma nova disciplina obrigatória de História, Geografia e Cultura dos Açores para o segundo e terceiro ciclo e a introdução no primeiro de conteúdos sobre o mar.

“No próximo ano lectivo nos Açores, no ensino básico, vamos iniciar uma reforma curricular que fundamentalmente aposta na autonomia e na flexibilidade curricular. Adoptámos essa reforma nos Açores à luz de diversos objectivos, o primeiro deles a adequação do currículo às novas tendências pedagógicas, numa aposta que é feita para que efectivamente ninguém fique para trás”, afirmou o secretário regional da Educação e Cultura, Avelino Meneses.

Em declarações à agência Lusa, o governante referiu que “uma das apostas” da reforma curricular “é a conservação de referenciais regionais e locais, tendo em vista a perpetuação de uma identidade”, daí a leccionação de conteúdos de história e geografia e cultura dos Açores

“Não se trata de uma novidade absoluta. Já vínhamos fazendo isso desde há dois ou três anos. Fazíamos, entretanto, essa leccionação de conteúdos de história e geografia e cultura dos Açores apenas no quinto e oitavo anos no âmbito da disciplina de cidadania”, explicou.

Mas, a partir deste ano lectivo, a História, Geografia e Cultura dos Açores será uma disciplina obrigatória do quinto até ao nono ano em duas modalidades diferentes e que serão escolhidas por cada escola.

Avelino Meneses adiantou que a disciplina poderá ser leccionada como “uma disciplina autónoma com um tempo semanal de duração equivalente aquela que tenha sido a escolha da escola para a duração média das aulas que poderá ser 45, 50 ou 60 minutos”.

“Ou se a opção de uma das escolas não for efectivamente essa, pode haver a integração desses conteúdos de história, geografia e cultura dos Açores em complemento ao programa das diversas disciplinas”, explicou o secretário regional.

Essa nova disciplina será leccionada preferencialmente por professores de história e geografia e em matéria de cultura os docentes serão “aqueles que as escolas entenderem estarem mais habilitados para essa tarefa”, de acordo com Avelino Meneses. Quando esse processo se iniciou, “há cerca de três anos”, foi realizada formação de professores “em cooperação com a Universidade dos Açores”.

O titular pela pasta da Educação no arquipélago frisou que a região tem de ter “uma matriz base semelhante à nacional”, mas considerando “a individualidade dos Açores, o contorno da denominada açorianidade, é de todo justificável” que nas escolas da região se abordem temas e questões relacionadas com as vivências açorianas do passado e do presente.

Outras novidades

O secretario regional da Educação e Cultura adiantou também que, “em cooperação com a Fundação Mar Azul, será feita a introdução no primeiro ciclo de conteúdos que se refiram à problemática do mar”.

Outra das novidades será a cadeira de Inglês passar a ser considerada para efeitos de progressão a partir do terceiro ano. “O Inglês até ao momento não contava para progressão de ano e a cadeira servia para familiarizar os alunos com a língua inglesa. Mas, a partir desse momento o inglês vai ser considerado para efeitos de progressão, mas só a partir do terceiro ano”, sublinhou, destacando que “nos Açores os alunos no primeiro ciclo têm Inglês nos quatro anos de escolaridade”.

Avelino Meneses disse também que, no âmbito do Plano Integrado de Promoção do Sucesso Escolar (ProSucesso), iniciado em 2015/2016, o executivo açoriano coloca uma ênfase muito especial no ensino do Português.

“E aqui temos uma iniciativa de continuidade desenvolvida por equipas locais que fazem o acompanhamento dos professores no primeiro e no segundo ciclo e iniciaremos este ano em Santa Maria e nos Ginetes (São Miguel) uma outra experiência no âmbito de uma cooperação com a Fundação Francisco Manuel dos Santos intitulada “ler melhor”, que se destina a incentivar o gosto pela leitura desde o primeiro ciclo”, referiu.

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