Comunicar inovação é contribuir para um país mais sustentável

O futuro de Portugal está na capacidade de continuarmos a inovar. A comunicação social é o veículo primordial para lá chegarmos.

Portugal conseguiu, nos últimos anos, alcançar uma presença muito significativa em mercados exportadores muito competitivos, com produtos, tecnologias e serviços muito inovadores. São muitas as empresas que, atualmente, competem globalmente e contribuem para o prestígio e notoriedade da marca “Portugal”.

Como chegámos aqui? Em grande medida, por via da inovação de base científica e tecnológica, uma força motriz que conduziu a uma mudança de paradigma no tecido económico nacional, resultante de uma reorientação de políticas públicas no sentido da valorização do conhecimento e para cuja implementação, no âmbito da sua missão, a Agência Nacional de Inovação (ANI) teve também o seu contributo.

As instituições de ensino superior, os centros de investigação e os laboratórios deixaram de estar fechados em si e nos seus projetos e começaram a colaborar muito ativamente com o setor empresarial, que, por sua vez, percebeu que a diferenciação alavancada pela inovação é fundamental para sobreviver e competir no mercado global. A transferência de conhecimento científico e tecnológico e a inovação colaborativa fazem hoje parte da realidade do ecossistema de inovação português. E não só contribuem para uma economia mais sustentável e sustentada, menos suscetível a ciclos de crise, como dão ao mundo novas tecnologias, novas visões de negócio, novos futuros. Em apenas quatro anos, o país saltou do 18.º para o 13.º lugar no European Innovation Scoreboard, o ranking de inovação da União Europeia a 28. Neste momento, lideramos o grupo dos países moderadamente inovadores, mesmo muito perto de integrarmos o pelotão dos países “fortemente inovadores”, mudança que se espera possa ocorrer muito em breve, tal como a ANI tinha definido na sua missão como meta a atingir até aos primeiros anos da próxima década.

Os meios de comunicação e os jornalistas foram e continuam a ser aliados importantes e imprescindíveis da inovação em Portugal. Desempenham um papel essencial não só na divulgação dos casos de sucesso, como na tradução de uma linguagem científica e, por vezes muito técnica, para que o público em geral tome conhecimento do melhor que se faz no país. O jornalismo é fulcral para uma sociedade mais evoluída.

Para reconhecer este papel dos órgãos de comunicação social, a ANI lançou, no ano passado, o Prémio Nacional de Jornalismo de Inovação (PNJI). António Sarmento, d’O Jornal Económico, Rute Fonseca, da TSF, e Nuno Costa, do periódico regional Sul Informação, foram os primeiros vencedores de uma iniciativa que repetimos este ano e que temos intenções de manter no futuro para premiar o melhor jornalismo sobre uma temática que é também ela um enorme desafio. Ainda se fala pouco de inovação nos meios de comunicação nacionais, mas, felizmente, esta temática está cada vez mais presente, na mesma proporção em que o tecido empresarial aposta crescentemente nesta vertente. O PNJI também assume a missão de sensibilizar os profissionais de comunicação para a temática da inovação, procurando levá-la para a agenda mediática e, paralelamente, motivar novas formas de transmitir conteúdos por vezes densos e complexos. 

A segunda edição chega com sete novas categorias, prémios no valor de 20 mil euros e o apoio da Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) e do Sindicato de Jornalistas. O objetivo é promover o jornalismo sobre inovação de base científica e tecnológica nacional, publicado ao longo de 2018, de âmbito nacional de imprensa, rádio, televisão e multimédia – “Nacional Escrito”, “Nacional Audiovisual”, “Nacional Áudio” e “Nacional Multimédia”. “Regional” é a categoria que distinguirá uma peça desenvolvida para um órgão local. Os vencedores de cada um destes cinco grupos receberão um prémio de quatro mil euros cada. Nesta edição, decidimos também premiar trabalhos de estudantes e de entusiastas da comunicação. Os vencedores das categorias “Menção Honrosa Academia” e “Menção Honrosa Blog/Podcast” serão distinguidos com troféus. As candidaturas estão abertas até às 23h59 do dia 13 de setembro de 2019.

Em outubro do ano passado, o Governo português e a Web Summit anunciaram uma parceria a 10 anos que permite manter a maior conferência da Europa sobre tecnologia no país até 2028, após duas edições muito bem-sucedidas em Lisboa. O investimento de gigantes tecnológicas não para de aumentar em Portugal. Google, Microsoft, Uber, Mercedes-Benz, Amazon, Euronext, Fujitsu, Volkswagen, Huawei, Bosch… São apenas alguns dos muitos exemplos de grandes multinacionais que todos conhecem a apostar em centros tecnológicos no país, ao ponto de a mão-de-obra especializada começar a escassear. O futuro de Portugal está na capacidade de continuarmos a inovar, de nos posicionarmos entre os melhores da Europa e do mundo, de mantermos o espírito de conquista e renovação que, desde sempre, nos caracterizou. A comunicação social é o veículo primordial para lá chegarmos. Porque o mundo está em mudança e a comunicação social tem de passar as boas notícias que ajudem este movimento positivo.

E, já agora, se os senhores jornalistas quiserem concorrer para o prémio PNJI em 2020, já só têm até ao final de 2019 para produzirem os seus trabalhos! Esperamos ter cada vez mais concorrentes e com o júri a ter trabalho muito difícil para escolher os vencedores entre peças com elevada qualidade. Compliquem-nos a vida, por favor!

O autor escreve segundo o novo acordo ortográfico

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