Uma Dama das Camélias definida pelo grotesco

A abertura de temporada do Teatro São Luiz faz-se com um clássico do romantismo tomado de assalto pelo humor. Miguel Loureiro dirige uma versão do texto de Alexandre Dumas Filho em que a protagonista vai definhando graças a uma obstipação.

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Demora-se o olhar no cartaz promocional de A Dama das Camélias, nesta nova encenação de Miguel Loureiro que faz a abertura de temporada do lisboeta Teatro São Luiz (desta sexta-feira a 22 de Setembro), e não se suspeita do que está para vir. Carla Maciel, de cabeça ligeiramente tombada para trás, numa pose romântica frente ao espelho, a enfiar-se na pele da cortesã Marguerite Gautier, a deixar que o drama caia sobre si. Nada denuncia, portanto, o seu andar manco e a crescente obstipação com que a sua personagem terá de lidar em palco, num desvario que começa a anunciar-se logo que, antes de descerradas as cortinas, uma voz off anuncia que “o actor Waddington se encontra ligeiramente indisposto, mas acedeu a fazer o espectáculo”.

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