Tempos excepcionais (mas não estes)

Também ao nível das relações entre os Estados Unidos e a Europa, e ao contrário do que é veiculado e percepcionado, a eleição de Donald Trump não parece ter trazido novidades significativas à dinâmica que já era uma realidade desde o final da Guerra Fria, ou seja, a do distanciamento geoestratégico e geopolítico crescente entre os dois aliados.

Numa das suas dissertações magistrais sobre Maquiavel, o Professor João Bettencourt da Câmara (1948-2017) relembrava que, entre aqueles que, ao longo dos séculos da Civilização se têm dedicado ao pensamento filosófico e científico, houve sempre uma predisposição para julgarem os “seus” tempos de excepcionais na história das relações internacionais e dos povos. Há, efectivamente, períodos de absoluta anormalidade sistémica, sendo que todos os outros momentos, aqueles que compõem a linha de continuidade histórica, não são mais do que o comportamento natural do sistema internacional, em constante estado de tensão e conflito.

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