De Miranda ao Peru, a World Music está de regresso a Gaia

Galandum Galundaina, Gaiteiros de Lisboa ou os peruanos Alturas são alguns dos 13 grupos que actuam no Espaço Corpus Christi, a partir de 5 de Setembro. A entrada é livre.

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Os Gaiteiros de Lisboa actuam no dia 6 de Setembro, às 23h30 Fernando Veludo/NFACTOS

O Gaia World Music 2019 está de regresso a Vila Nova de Gaia. Entre os dias 5 e 8 de Setembro estão previstos 13 concertos no complexo do Espaço Corpus Christi, trazendo ao concelho diversos géneros musicais: folk, celta, forró, popular, latin jazz e electrónica. De entrada gratuita, o evento reúne músicos de vários países, como os italianos Anonima Nuvolari, os brasileiros Forró Miór, os espanhóis International Citrus Band, os peruanos Alturas e os portugueses Gaiteiros de Lisboa e Galandum Galundaina. Para além da música, há uma aposta em actividades de lazer e acções de rua, que complementam as sonoridades do programa.

Depois de, noutras edições do Gaia World Music em 2014, 2015 e 2016/2017, o programa se ter espalhado por diversas freguesias, a Câmara de Vila Nova de Gaia está agora a apostar num formato diferente – um festival de músicas do mundo. Em comunicado à imprensa, a autarquia pretende, assim, “acrescentar ao património histórico, arquitectónico e paisagístico do concelho uma renovada oferta cultural que atraia, cative e satisfaça turistas, visitantes e munícipes”. Para Paulo Preto, curador do evento e membro dos Galandum Galundaina, esta é uma iniciativa “curta, mas muita intensa na programação”.

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Os Galandum Galundaina, grupo organizador do evento, actuam no dia 7, às 22h ARQUIVO

O objectivo, como revelou ao PÚBLICO o responsável, é “mostrar à população que se podem fazer coisas fantásticas na vertente da música de raiz”. O que se vai ter em Vila Nova de Gaia, entende Paulo Preto, é “um festival de grupos de alta qualidade”, em que se abordam “vários estilos musicais”, num ambiente mais intimista”. Este é também, segundo o curador do Gaia World Music 2019, um momento “dedicado às pequenas manifestações culturais de músicas representativas das diversas culturas”. “Temos grandes músicos, grandes intérpretes, com instrumentos diferentes, muitas vezes construídos pelas próprias pessoas, com os quais se conseguem sonoridades e manifestações musicais fantásticas”, frisou, acrescentando que é preciso “dar valor à música tradicional”.

Os concertos deste festival foram organizados pela Câmara de Vila Nova de Gaia em parceria com a Associação Cultural Galandum Galundaina. O Gaia World Music inclui ainda uma zona para crianças, com insufláveis que têm uma vista privilegiada para o palco. Além disso, os interessados podem participar em ateliers de pintura, escultura, colagem, reutilização e reciclagem.

Quatro dias, 13 concertos e três palcos

O mosaico sonoro do Gaia World Music, que decorre em três palcos, arranca com o concerto dos italianos Anonima Nuvolari, no dia 5, às 17h30. A International Citrus Band desloca-se da vizinha Espanha para actuar também no dia 5, às 22h. Os brasileiros Forró Miór, por sua vez, interpretam o tradicional forró pé-de-serra do Nordeste do Brasil com influências quer do latin-jazz, quer dos ritmos afro-latinos, às 23h30.

O músico, produtor e compositor nacional Luís Peixoto abre as hostilidades do dia 6, às 17h30. Já a colocação em cena de 50 instrumentos acústicos díspares marcará a actuação dos peruanos Alturas, ainda no dia 6, às 22h. Os Gaiteiros de Lisboa, com a sua música polifónica acompanhada pelo dinamismo da gaita-de-foles e da percursão, sobem ao palco às 23h30.

O duo nacional Cardo-Roxo, propondo uma abordagem baseada na escuta, no silêncio e na paixão pelo volume natural dos instrumentos, dá início aos concertos do dia 7, às 15h30. Seguem-se, às 17h30, as interpretações dos portuenses Palankalama, um quarteto dedicado aos sons instrumentais. Às 22h, é tempo de ouvir o trabalho dos Galandum Galundaina, que se baseia no cancioneiro tradicional mirandês. Já às 23h30, o festival prossegue com o espectáculo dos Coetus, a primeira banda ibérica de percussão. A festa prolonga-se até de madrugada com o DJ italiano Sangennaro.

O espanhol Ariel Ninas abre o último dia de festival, a partir das 15h30, com um repertório que vai desde a música tradicional até ao jazz galliano. Os lusitanos Comvinha Tradicional encerram o programa às 17h30.

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