Rangel destaca competência de Elisa Ferreira e Marisa Matias pede “voz forte” na Comissão

Eurodeputado do PSD elogia a vice-governadora do Banco de Portugal, enquanto Marisa Matias espera que Ferreira possa ser a “voz forte que precisamos”. Eurodeputado comunista salienta que mais importante que as pessoas são as políticas e critica as dos últimos anos.

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Paulo Rangel elogia escolha de António Costa

O eurodeputado do PSD Paulo Rangel saudou esta terça-feira a escolha de Elisa Ferreira para comissária europeia considerando-a uma pessoa experiente, competente e com rede europeia.

Saúdo a escolha de Elisa Ferreira para comissária. Experiente, competente e com rede europeia. Também por ser a primeira mulher portuguesa”, disse Paulo Rangel numa mensagem na rede social Twitter. O social-democrata destaca também que Elisa Ferreira pode “ter uma boa pasta como a Economia, o Ambiente ou Desenvolvimento Regional”. 

A também eurodeputada Marisa Matias disse esperar que Elisa Ferreira, enquanto comissária europeia, seja uma voz forte contra a política de destruição dos serviços públicos e do mercado de trabalho. “Espero que Elisa Ferreira seja uma voz forte contra a política europeia de destruição dos serviços públicos e desregulação do mercado de trabalho que tem vigorado na Europa. Obviamente, sei que será uma tarefa difícil sobretudo tendo em conta aquele que foi o apoio explícito do PS à presidente da Comissão Úrsula von der Leyen e que tem uma política diferente”, declarou eurodeputada bloquista à agência Lusa.

Matias trabalhou com Elisa Ferreira alguns anos no Parlamento Europeu, na Comissão de Assuntos Económicos e Monetários. “Nós convergimos muitas vezes na crítica à política económica monetária europeia, convergimos muitas vezes na crítica à austeridade, com excepção do pacote da governação económica em que não estivemos do mesmo lado. (...) Sinceramente, espero que Elisa Ferreira possa ser essa voz forte que precisamos”, disse.

O eurodeputado comunista João Ferreira, por seu lado, sublinhou que mais importante do que as pessoas são as políticas aplicadas. “Se é certo que não é conhecido ainda o programa da futura Comissão Europeia, não é difícil adivinhar (....). Olhando para o que foram as linhas programáticas com que a actual presidente da Comissão Europeia se apresentou no Parlamento Europeu, é fácil perceber que encontramos ali o tipo de orientações programáticas prevalecentes nos últimos anos e que tão prejudiciais foram para países como Portugal”, afirmou.

Instado a comentar a escolha de Elisa Ferreira, o eurodeputado pelo PCP lembrou que a Comissão Europeia “é ainda o único órgão da União Europeia onde, do ponto de vista formal, existe igualdade entre estados, com um país um comissário”. “É importante que o futuro comissário use esse espaço de manobra para defender o interesse português, que tão negligenciado tem sido ao longo dos últimos anos”, afirmou.

João Ferreira recordou que, pela experiência dos últimos anos, em que Elisa Ferreira foi deputada no Parlamento Europeu pelo Partido Socialista, “houve sempre uma convergência da social-democracia europeia com a direita para aprovar medidas que se revelaram profundamente lesivas dos interesses dos povos, mas sobretudo de países como Portugal”, dando como exemplo a alteração às regras do Pacto de Estabilidade e o quadro de sanções a aplicar aos países incumpridores. “A continuar a existir esta convergência entre social-democracia e a direita ela não resultará em nada a favor dos povos e trabalhadores na Europa, mas sobretudo para países como Portugal”, acrescentou.

Várias têm sido as reacções à escolha de Elisa Ferreira e muitas saídas da oposição. A eurodeputada do PSD, Maria Graça Carvalho, desejou felicidades à futura comissária e destacou a sua “competência” e “profundo conhecimento dos assuntos e do modo de funcionar das instituições europeias” que farão dela “uma excelente comissária”.

O primeiro-ministro, António Costa, escolheu a ex-ministra Elisa Ferreira para comissária europeia e já o comunicou à nova presidente da comissão, confirmou esta terça-feira à agência Lusa fonte oficial do seu gabinete.

Segundo a mesma fonte, oportunamente a presidente eleita da Comissão Europeia comunicará a pasta atribuída à futura comissária portuguesa.

Elisa Ferreira foi ministra dos governos chefiados por António Guterres, primeiro do Ambiente, entre 1995 e 1999, e depois do Planeamento, entre 1999 e 2002, e ocupa, desde Setembro de 2017, o cargo de vice-governadora do Banco de Portugal.

Elisa Ferreira sucederá a Carlos Moedas, que foi comissário indicado pelo anterior governo PSD/CDS-PP e teve a seu cargo a pasta da Investigação, Ciência e Inovação.

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