Como sete pescadores esperaram pelo resgate numa balsa durante “quatro dias e três noites”

Atuneiro Sete Mares foi atingido por “uma onda com quatro a cinco metros” e “foi ao fundo”. A Força Aérea encontrou os sete pescadores numa balsa.

Aeronave C-295 Força Aérea deteta balsa com setes pescadores from Público on Vimeo.

Vídeo: Força Aérea

Os sete pescadores do atuneiro madeirense Setemar, que esteve incontactável desde quarta-feira de manhã, já desembarcaram no Funchal. Dizem que uma forte ondulação acabou por fazer a embarcação naufragar.

Mestre Gregório, o responsável da embarcação, contou que faziam a pesca do atum a 12 milhas da Ponta do Pargo, na zona oeste da ilha da Madeira, quando foram surpreendidos por “uma onda com quatro a cinco metros” e o barco “foi ao fundo”. O pescador, que anda “há 43 anos no mar”, salientou que “a ondulação estava muito forte” e que tudo aconteceu cerca das 9h15 de quarta-feira. Mencionou que “não deu tempo para nada”, nem para utilizar os meios de socorro, apenas para “lançar a balsa”, que até caiu “ao contrário” no mar, tendo um dos pescadores conseguido voltá-la. “Três ficaram dentro e os outros lançaram-se ao mar”, referiu, adiantando que estiveram na balsa durante “quatro dias e três noites”.

Ao final da tarde deste sábado a Marinha avançava a informação de que os sete pescadores tinham sido resgatados e que se encontram bem.

O mestre da embarcação de pesca criticou o facto de a balsa não estar devidamente apetrechada com água, mantimentos e elementos de localização suficientes.

O Setemar era um atuneiro com cerca de 13 metros e naufragou ao largo do Funchal.

Dos sete pescadores, seis são da freguesia do Caniçal, no concelho de Machico, no extremo leste da Madeira. Destes, três são irmãos e um é da freguesia vizinha de Machico. Os pescadores foram resgatados e conduzidos até ao Funchal pela lancha rápida da Marinha Portuguesa Hidra e a aguardá-los, no porto do Funchal, estavam familiares e elementos da Equipa Médica de Intervenção Rápida (EMIR) que fizeram uma reavaliação do seu estado de saúde. Também estavam o comandante da Zona Marítima da Madeira, o secretário regional da Agricultura e Pescas e o director das Pescas da Madeira. 

Depois do alerta de que a embarcação não estabelecia qualquer comunicação com o armador há três dias, foi desencadeada sexta-feira uma operação de busca e salvamento que envolveu dois meios da Marinha, a lancha Hidra e o navio-patrulha Tejo. Este sábado, os meios foram reforçados com o avião da Força Aérea do Aeródromo do Porto Santo, que acabou por detectar a balsa com os pescadores. “Não nos largou até chegarem os barcos”, declarou mestre Gregório.

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