Os millennials somos nós

Através de Marianne e Connell, dois jovens irlandeses, Sally Rooney traça o retrato de uma geração. Com silêncios e mal-entendidos. Nas cartas como no Skype. São os millennials. Ou são todos os que se afundaram no abismo dos desencontros amorosos. Pessoas Normais foi recebido com euforia pela crítica anglo-saxónica.

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Simone Padovani/Awakening/Getty Images

A primeira vez que alguém reparou no nome de Sally Rooney foi em 2015, tinha ela 24 anos. Assinava então um ensaio na Dublin Review, intitulado Even if You Beat Me, que começava com um acidente de autocarro, na Índia, a caminho de um concurso que reunia universitários de todo o mundo. Sally estava entre eles e, como todos, sobreviveu sem grandes danos. Nesse ano, ela já não competia. Era voluntária nessa competição de debate entre universitários e no artigo explicava as motivações de quem entra nessas provas, os meandros, os privilégios de classe ou de intelecto e uma percepção sua, real, que a levou a abandonar aquelas provas: “O sucesso não vem de dentro; é-nos dado pelas outras pessoas e as pessoas podem retirá-lo.” Ela decidiu retirar-se antes. A moral desta história talvez lhe sirva para lidar com o sucesso mundial que, entretanto, conquistou. Aos 28 anos, tornou-se uma celebridade literária e o seu segundo romance, Pessoas Normais, representativo de uma geração a que Rooney pertence: os millennials.

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