Greve dos motoristas está a gerar um alarme geral nas empresas

Muitas entidades de diferentes sectores económicos expressam preocupação com o impacto que a greve dos motoristas de matérias perigosas e de mercadorias pode ter na sua actividade.

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Ricardo Lopes

Patrões querem regras contra “abusos” na greve

A Confederação Empresarial de Portugal (CIP) diz que é a altura certa para “uma reflexão profunda” sobre o direito à greve e as situações que tornam “todo o país” refém. O ministro da Economia já disse que o Governo não planeia rever a lei da greve. Mas os patrões dizem que a conjuntura é “propícia à emergência de grupos (…) de cariz radical ou populista”. “É fundamental proceder à regulamentação do exercício do direito à greve”, defende a CIP, porque é “evidente que a forma irrestrita que resulta do actual quadro legal se presta a abusos”.

Hoteleiros temem “efeito em cascata"

A Associação da Hotelaria de Portugal (AHP) diz que a greve terá efeito “em cascata violentíssimo” e pede serviços mínimos para todo o território e “percentualmente mais elevados”. Agosto representa 12% dos hóspedes anuais em termos nacionais e 15% no Algarve. “No ano passado tivemos mais de três milhões de hóspedes só em Agosto, temos de ter atenção para pessoas que também usam os serviços de saúde, de segurança e tudo o mais como é o abastecimento.”

Lavoura pede “reforço do gasóleo verde”

A Confederação Nacional da Agricultura frisa que “a lavoura está a entrar num período em que necessita de combustível e, se falhar, os agricultores têm prejuízo porque não conseguem manter as culturas num bom estado de crescimento”. Por isso, pedem um “reforço do gasóleo verde”, caso a greve aconteça. A Confederação dos Agricultores diz, por seu lado, que a greve “pode constituir um desastre”, se o Governo não garantir que os serviços mínimos cubram zonas rurais.

Alimentação animal estima perdas diárias de quatro milhões

A Associação Portuguesa dos Industriais de Alimentos Compostos para Animais prevê “graves prejuízos para o sector”, quer no abastecimento, quer no fabrico e distribuição dos alimentos aos animais, se o sector não for abrangido pelos serviços mínimos. Serão perdas diárias de quatro milhões de euros. A indústria produz por dia 15 mil toneladas de alimentos que não serão escoados em caso de greve, pondo em perigo 40 milhões de animais.

Apifarma recomenda atenção ao medicamento

A indústria farmacêutica recomenda serviços mínimos na distribuição de medicamentos nos hospitais e farmácias, assim como na assistência técnica a equipamentos de análises clínicas.

Gás natural preocupa hoteleiros algarvios

A Região do Turismo do Algarve pediu ao Governo que inclua serviços mínimos para o abastecimento de gás natural aos hotéis.

Táxis querem garantias de abastecimento

A Federação Portuguesa do Táxi diz que é obrigação do Governo incluir o táxi na rede de abastecimento de emergência.

Distribuição pede fixação urgente de serviços mínimos

A Associação das Empresas de Distribuição considera que a fixação urgente de serviços mínimos é a melhor forma de travar “alarmismo” e que “a garantia de serviços mínimos para abastecimento da população tem de incluir as lojas de distribuição alimentar”.

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