Thom Yorke arranjou um belo irmão para Kid A

O mais conseguido sucessor do mundo para que os Radiohead divergiram.

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Andreia Gomes Carvalho

Até agora, os álbuns a solo de Thom Yorke pareciam feitos de restos. Como se num gesto de auto-censura optasse por guardar para si apenas as canções menos capazes de serem desenvolvidas pelos Radiohead. The Eraser (2006) e Tomorrow’s Modern Boxes (2014) não tinham escassez de boas ideias, mas soavam sempre a Yorke no processo de: a) encontrar um vazadouro para a sua criatividade mais experimental; b) travar qualquer ímpeto em direcção a um formato mais acabado de canção  que confundisse ainda mais o seu território e aquele que ocupa com a banda que lhe deu visibilidade. Na verdade, também os Radiohead têm lutado  pela chegada a uma nova identidade depois do colosso OK Computer. Desde que guinaram para fora da estrada que então se lhes apresentava pela frente, com o díptico Kid A / Amnesiac (2000/2001), foram adentrando um mato electrónico cada vez mais denso, guiados por investidas em linguagens reconhecíveis nos blips e blops de gente como Burial, Autechre ou Aphex Twin. E foi essa sonoridade que ganhou a dimensão de fim de arco-íris que a banda de Oxford persegue desde então, sem jamais o alcançar.

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