O pão nosso do dia-a-dia

Maria Blohm diz-nos que é fácil fazer pão – e ainda assim ter tempo para ir ao ginásio, sair com os amigos ou fazer outra coisa que não vigiar a massa.

pão de centeio
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Pão Graham
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A primeira fotografia de sempre da conta de Instagram de Maria Blohm mostra umas bolachinhas com pepitas de chocolate – porque começou a chover quando ia à floresta apanhar cogumelos. A segunda duas fatias de pão com manteiga (e um conselho: “durma enquanto a massa fermenta"). E a terceira a constatação de que o pão e a sua beleza é parte essencial dos livros de receitas. Pão Caseiro (Arteplural Edições) é um dos livros de Maria Blohm, autora que considera o pão caseiro um elemento indispensável no seu dia-a-dia – mesmo quando está a levantar pesos e halteres ou a revirar pneus de tractor, exercícios em que se sente muito confortável.

“Adoro fazer pão e bolos. Há algo na combinação de farinha e fermento que me fascina”, escreve Maria Blohm nas primeiras páginas do livro onde deixa dicas, receitas e instruções, vantagens da fermentação lenta e explicações sobre a fermentação, o fermento seco e a massa fria. O pão nem sempre foi uma das suas prioridades. “Até 2006, adorava cavalos e passava os dias nos estábulos até anoitecer. Talvez tivesse feito um bolo simples uma vez ou outra, mas de repente apaixonei-me pelos pães e fiquei encantada com a fermentação de massas”, escreve Maria, que não gosta de pães sem sal, e que, por outro lado, adora pães grosseiros em forma.

Começou a dar cursos e a escrever livros à medida que foi conhecendo muitas pessoas que querem fazer pão mas não têm tempo – e quando percebeu que uma alergia a impedia de trabalhar como padeira ("Tentei, mas não conseguia trabalhar naquele tipo de ambiente poeirento").

“A receita da ‘velha escola’, da massa morna e do fermento a repousar durante 30-60 minutos mais o tempo de cozedura, obriga-nos a gastar cerca de duas horas, e até eu sinto dificuldade em conseguir ter esse tempo. Pode mesmo dizer-se que é um pouco stressante. Queria ter tempo para ir à cidade, encontrar-me com amigos, ir ao ginásio, ou fazer qualquer outra coisa que não fosse vigiar a massa.”

Segundo Maria Blohm, “é possível”. Com a fermentação lenta, um pouco de fermento, líquidos frios e, ocasionalmente, com a ajuda do frigorífico, é possível libertar muitas horas e ainda assim ter pães frescos para oferecer quando temos visitas, bolos para ocasiões especiais e pão acabado de cozer ao pequeno-almoço de domingo. Basta deixar a massa guardada até querer usá-la, em vez de ter de condicionar a sua rotina por causa dela.”

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