Ainda não foi desta que Espanha teve governo

Pedro Sánchez só teve apoio de 124 deputados, menos 52 do que precisava. Podemos absteve-se como gesto para continuar a negociar o governo com os socialistas. Próxima votação é na quinta-feira.

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Pedro Sánchez à saída doCongreso espanhol BALLESTEROS/EPA

O Congresso espanhol chumbou a investidura do governo socialista. O líder do PSOE precisava de 176 votos para suceder a si próprio como primeiro-ministro, mas apenas juntou 124 apoios, os 123 deputados do seu partido mais o do deputado regionalista da Cantábria. Como se previa, ainda não foi desta que a aritmética parlamentar desbloqueou um executivo em Espanha.

A nova votação está agendada para o princípio da tarde da próxima quinta-feira, exactamente 48 horas depois da primeira, e aí tudo indica que o resultado será diferente. Não só porque Sánchez só precisará de uma maioria simples, mas porque nessa altura deverá estar finalizada a negociação com o Unidas Podemos (UP)  para a formação de um executivo de coligação.

Na votação desta terça-feira, 41 dos 42 deputados do UP abstiveram-se, como sinal de que é preciso continuar a negociar com o PSOE. Irene Montero, que exerceu o seu direito à distância por estar em adiantado estado de gravidez, votou contra, furando a decisão do partido.

No total, 170 deputados votaram contra. Aos partidos de direita (PP + Cidadãos + Vox), juntaram-se formações políticas regionais como Navarra Soma, Coligação Canária, Juntos pela Catalunha e Esquerda Republicana da Catalunha (ERC).

Abstiveram-se, além do UP, os representantes do Partido Nacionalista Basco (PNV), do Compromís, valenciano, e do EH Bildu, da esquerda independentista catalã. Quer o PNV, quer o Compromís devem votar favoravelmente na quinta-feira, ao mesmo tempo que a ERC se comprometeu a abster-se na segunda votação. Tudo indicando que Sánchez conseguirá formar uma maioria confortável e ser investido, de novo, como primeiro-ministro.

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