“O Verão Quente foi uma fogueira a arder mas com muito pouca chama”

António Tavares, vencedor do Prémio Leya em 2015, escreveu um romance passado no Verão Quente de 1975. Não é um livro político. Mas a história de um grupo de homens, chegados de África, que tenta reconstruir a sua identidade num país que também procura convulsivamente a sua.

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Rui Gaudêncio

Em 2015, António Tavares (n. 1960) venceu o Prémio Leya com o romance O Coro dos Defuntos – um livro que evoca, de maneira brilhante, a escrita e os ambientes telúricos de Aquilino Ribeiro, as suas “terras do demo” e os seus faunos, e que ao mesmo tempo faz o retrato de uma certa ruralidade portuguesa nas décadas de 1960 e 1970. Já antes tinha sido finalista do mesmo prémio com As Palavras Que Me Deverão Guiar Um Dia (Teorema, 2014) – um romance escrito num registo bem diferente daquele exercício de linguagem aquilineana. Era evidente a capacidade de composição narrativa de António Tavares, e a versatilidade da sua escrita. Não seria difícil adivinhar que aquele jornalista (teve um jornal regional durante sete anos), autarca (cumpriu três mandatos como vereador na Câmara da Figueira da Foz), e professor – que começou a escrever ficção narrativa já depois dos 50 anos de idade – não ficaria por ali em matéria literária. E assim aconteceu: publicou ainda Todos Os Dias Morrem Deuses (D. Quixote, 2017), e mais recentemente Homens de Pó (D. Quixote).

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