Se Gilberto Gil queria falar com Deus já falou agora

A agressividade dos discursos de ódio, o amor da família, o sentido da vida, a velhice e os anos que restam, o futuro numa dimensão transcendental: Gilberto Gil tem em OK OK OK a sua “conversa” com Deus e os humanos. Esta sexta-feira, no CCB, às 21h.

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O disco saiu em 2018. Marcado pelo passado, mas já com os olhos no futuro, seja ele o que for. Quando se ouve a canção OK OK OK, e se vê o vídeo com um negro que se liberta das amarras que o condenam ao silêncio mas sem falar, é impossível não pensar no processo que conduziu à destituição de Dilma Rousseff da Presidência do Brasil e à eleição posterior de Bolsonaro. Foi aí que a canção nasceu, nesse tempo tumultuoso de acusações e ódios, mas nem por isso dela sai o grito que muitos exigiam e outros prefeririam sufocar: “Alguns sugerem que eu saia no grito/ Outros que eu me quede quieto e mudo/ E eis que alguém me pede ‘encarne o mito’/ ‘Seja nosso herói’, ‘resolva tudo’.” Mas Gilberto Gil, nascido na Bahia, 77 anos feitos em 26 de Junho, é o tal que, como cantou Caetano, “transcende o marco 2000”. Por isso a vulgaridade não é o seu forte.

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