Hip-hop, melancolia e rock q.b.: Super Bock Super Rock está de volta ao Meco esta quinta-feira

À 25.ª edição, o festival vai contar com o regresso de Lana del Rey e com a estreia em Portugal do rap de Migos.

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Há quatro regressos a marcar o início da 25.ª edição do Super Bock Super Rock, esta quinta-feira: o regresso à praia do Meco, depois de quatro edições no Parque das Nações, em Lisboa; o de Lana del Rey e dos Disclosure, que aí actuaram pela última vez em 2014 e 2016, respectivamente; e o da continuada aposta no hip-hop com as estreias absolutas em Portugal de nomes inconfundíveis deste género (apesar de serem bastante diferentes), como o grupo de rap Migos e o produtor Kaytranada.

No primeiro dia do festival, é Lana del Rey (00h15), alter ego da americana Elizabeth Woolridge Grant, a conquistar os holofotes, sob o signo do seu novo álbum, Norman Fucking Rockwell, que irá ser lançado em Agosto. Quem se poderá juntar a Lana no Palco Super Bock será Cat Power (19h15) – que esteve no festival pela última vez em 2014 e fez, inclusive, um dueto com Eddie Vedder –, uma vez que a cantora fez uma aparição especial no seu álbum Wanderer, editado em Outubro de 2018.

A música para adolescentes tristes não ficará apenas por estes dois nomes, já que a banda de Manchester The ​1975 (22h30) promete também deixar a areia do Meco molhada de lágrimas. Os Jungle (21h) quererão fazer o mesmo, mas desta vez com o suor dos corpos cansados de tanto dançar ao som do seu contagiante soul moderno.

De resto, o nome mais mediático deste dia é o dos Metronomy (23h30), no Palco EDP, que conta também com uma forte aposta em artistas nacionais que se encontram em grande momento de forma, como os Glockenwise (18h45), que no ano passado lançaram Plástico, o seu quarto álbum e primeiro cantado em português, Dino D'Santiago (20h), que este ano mereceu especial atenção mediática pela sua contribuição no Madame Xde Madonna, e Branko (21h45), o ex-membro dos Buraka Som Sistema que lançou também em 2019 um dos mais elogiados álbuns na cena musical portuguesa, Nosso. Destaque ainda para a presença de Conan Osiris (22h30), no palco Somersby – desta vez, não para ir à praia comer sandes de carne assada, um rissol e uns bolinhos, mas para um concerto que promete ser dos mais animados do dia.

Equilíbrio é a palavra-chave do segundo dia do festival. Sem um cabeça-de-cartaz mediático como Lana del Rey ou Migos, sexta-feira contará, apesar de tudo, com a qualidade de nomes como os franceses Phoenix (23h), autores de Wolfgang Amadeus Phoenix, álbum egrégio do indie rock do final da primeira década do século XXI e que arrecadou o Grammy de Melhor Álbum Alternativo, acontecimento inédito para uma banda francesa​, e Kaytranada (01h15), um dos mais respeitados e inventivos produtores do hip-hop.

Depois do grande concerto dos IDLES no Nos Alive na semana passada, o Super Bock vai ter também um nome muito forte do punk rock inglês, os jovens Shame (19h15), que no ano passado lançaram o seu primeiro álbum, Songs of Praise, de resto apresentado em Paredes de Coura. A francesa Christine and the Queens (21h), que em 2018 viu o The Guardian distinguir Chris como melhor álbum do ano, completa os nomes do palco principal.

Já o Palco EDP vai ver subir o multi-instrumentista francês FKJ (00h) e dois dos mais fortes nomes da música alternativa portuguesa (apesar de se situarem em géneros completamente opostos): os Capitão Fausto (20h30), que este ano acrescentaram à sua discografia Invenção do Dia Claro; e Conjunto Corona (17h15), autores do Santa Rita Lifestyle, que celebra através da rima o estilo de vida dos clientes de uma bomba de gasolina do conselho de Valongo. Apesar de coincidir com o concerto de Kaytranada, os Ezra Collective (01h) são um dos nomes mais fortes da nova vaga de jazz britânico.

O último dia vem confirmar que este festival é uma das maiores instituições em Portugal a apostar no hip-hop e no rap com a estreia de Migos (23h30), grupo constituído por Takeoff, Offset e Quavo, um dos nomes mais influentes do hip-hop moderno, a eclética cantora e actriz  Janelle Monáe (21h30), que no ano passado lançou o aclamado Dirty Computer, e o português Profjam (19h35), que este ano se estreou nos álbuns de longa duração com #FFFFFF. O dj set dos Disclosure (1h15) irá encerrar os concertos neste palco.

Para além de Profjam, o hip-hop português está representado na forma do justiceiro Mike El Nite (00:30h), autor de Inter-Missão, que vai actuar no Palco Somersby, mas também com Pedro Mafama (17h15), TNT (18h45) e Estraca (22h45), no palco LG. Fora deste género, o projecto multinacional Superorganism, que, no ano passado, conseguiu conjugar no seu álbum homónimo uma amálgama do rock psicadélico brincalhão e inspirador dos Flaming Lips com indie pop, hip-hop e música electrónica, é um dos destaques do Palco EDP neste último dia do festival.

O Super Bock Super Rock decorre entre 18 e 20 de Julho e esta quarta-feira conta com um warm-up com curadoria da editora Discotexas, com vários dj sets de, por exemplo, Moullinex, Xinobi ou Da Chick. Os bilhetes para o festival ainda estão disponíveis para venda nos locais habituais.

Texto editado por Paula Barreiros

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