António Costa apoia Von der Leyen para presidente da Comissão Europeia

Candidata promete reformas antes de votação de terça-feira sobre a sua nomeação. Uma maioria ampla do grupo dos Socialistas e Democratas deverá votar favoravelmente na candidata alemã do PPE.

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Reuters/Francois Lenoir

Num tweet publicado esta segunda-feira, o primeiro-ministro português, António Costa, dá o seu apoio explícito à candidata do PPE à presidência da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, o que garante os votos dos eurodeputados socialistas portugueses, quando terça-feira o seu nome for sujeito a votação em Estrasburgo.

Costa enumera, no seu texto, os compromissos que a ainda ministra alemã da Defesa reiterou junto do grupo parlamentar dos Socialistas & Democratas no Parlamento Europeu, quando se encontrou com eles na semana passada e que ela própria traduziu nua carta dirigida à presidente do grupo, a espanhola Iratxe Garcia.

Nomeadamente, o estrito cumprimento das regras do Estado de Direito, como princípio fundador da União – uma questão crítica para os socialistas que esteve na base do ataque de vários países de Leste, liderados pelos governos de Varsóvia e de Budapeste, contra Frans Timmermans, o Spitzenkandidat (cabeça de lista de um grupo no PE), cuja candidatura conseguiram chumbar no Conselho Europeu do início de Julho e que foi até agora o vice-presidente da Comissão responsável pela aplicação do Artº 7º do Trado de Lisboa que prevê a penalização aos países que infrinjam esses princípios.

Os outros compromissos são igualmente importantes para Portugal e referem a ambição europeia no combate às alterações climáticas, a promoção da igualdade de género, maior solidariedade com os imigrantes e refugiados, o desenvolvimento de um pilar social, incluindo a prioridade ao combate ao desemprego jovem.

O primeiro-ministro português dá destaque ainda ao compromisso de Von der Leyen com uma das suas grandes prioridades: o aprofundamento da união monetária, fazendo uso da flexibilidade do Pacto de Estabilidade e Crescimento e empenhando-se na conclusão da união bancária, e o apoio a um esquema de seguro de desemprego europeu. É conveniente lembrar que, no geral, a Alemanha tem-se oposto aos mecanismos de reforço da Zona Euro, mesmo que tenha acabado por aceitar a criação de um orçamento específico, incluído no orçamento plurianual da União, com um valor de cerca de 17 mil milhões de euros.

Ontem, no grupo Socialista, admitia-se que uma ampla maioria votaria a favor da investidura da candidata alemã, prevendo-se no pior dos cenários um máximo de 40 contra, incluindo os eurodeputados sociais-democratas alemães, membros da “grande coligação” que governa Berlim, mas também dos belgas e dos franceses que, no seu conjunto, apenas representam 26 votos em 154. 

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