A água do mar está mais quente. E a culpa é do vento

Temperaturas mais elevadas verificadas nesta altura do ano resultam de uma depressão a oeste da Península Ibérica que condiciona o vento na costa ocidental portuguesa.

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Paulo Pimenta

A água do mar mais quente que se tem registado este mês, com 2 graus Celsius acima do habitual nesta altura do ano, resulta de um fenómeno atmosférico que impede a movimentação habitual das camadas de água no oceano.

Informação do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) divulgada esta terça-feira indica que uma depressão a oeste da Península Ibérica condiciona o vento na costa ocidental portuguesa e está a impedir a circulação até à superfície de água fria das zonas mais profundas, movimentação oceânica designada como afloramento costeiro, que produz também o enriquecimento da água superficial com nutrientes.

“Nas regiões onde ocorre o afloramento costeiro, a temperatura da água do mar é mais baixa, visto que a sua origem está em camadas mais profundas do oceano e o vento predomina de norte ou noroeste. Entre os dias 1 e 8 de Julho, a existência de uma depressão centrada a oeste da Península Ibérica condicionou o regime de vento junto à costa ocidental portuguesa, predominando o vento oeste ou sudoeste, não permitindo que o fenómeno de afloramento costeiro ocorresse”, refere o IPMA.

Em consequência, os valores da temperatura da água do mar à superfície têm sido mais elevados que os valores normais para esta época do ano em cerca de dois graus celsius.

Segundo o IPMA, “em Julho, os valores da temperatura da água do mar à superfície foram da ordem dos 18ºC e superiores a 19°C nos primeiros dias do mês”.

As observações da temperatura da água do mar em tempo quase real são obtidas através da rede de bóias multiparamétricas do Instituto Hidrográfico, uma vez que o IPMA não dispõe de bóias para monitorização da temperatura da água do mar à superfície, mas recorre também a sistemas de detecção remota.

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