Christie’s leiloa busto de Tutankhamon apesar de o Egipto dizer que peça foi roubada

Apesar dos protestos do Egito que garante que a escultura foi roubada ao país, a Christie’s acabou mesmo por leiloar a peça que foi adquirida por um comprador anónimo por 5 milhões de euros.

Tutancâmon
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A famosa casa de leilões Christie’s, em Londres, vendeu um busto com mais de três mil anos do faraó egípcio Tutankamon, apesar dos protestos e pedidos do Egipto para que a peça não fosse leiloada por ter sido, alegadamente, roubada.

A escultura feita de quartzo de cor escura e com cerca de 28.5 centímetros de altura acabou por ser vendida em leilão por mais de 4.7 milhões de libras (cerca de 5.2 milhões de euros). O busto retrata o rosto do jovem faraó que morreu com 19 anos a assumir a forma do deus egípcio Ámon.

Esta sexta-feira, enquanto o comprador (que preferiu manter-se no anonimato) adquiria o busto dentro do edifício da Christie's, cerca de 20 manifestantes protestavam no exterior com cartazes onde se lia que “a história egípcia não está à venda”.

Há já vários anos que o Egipto exige que lhe sejam devolvidos alguns artefactos recolhidos por arqueólogos e aventureiros ao longo dos anos, incluindo a Pedra de Roseta que está actualmente exposta no Museu Britânico, também em Londres.

“Somos contra a venda da nossa herança e de itens valiosos como se de legumes e frutas se tratassem”, referiu à Reuters Ibrahim Radi, um designer gráfico egípcio de 69 anos que protestava junto ao edifício da Christie's.

Por sua vez, a casa de leilões já afirmou que o busto foi adquirido a um revendedor de arte em 1985 e que antes disso um comerciante austríaco o comprou em 1973-74 a uma cidadã alemã que a tinha na sua colecção desde a década de 60. Segundo a Christie's, a peça já estaria exposta há vários anos. “Reconhecemos que alguns objectos históricos podem levantar discussões complexas sobre o seu passado, mas hoje, o nosso papel é trabalhar para poder continuar a fornecer um mercado transparente e legítimo, com altos padrões de transferência para com todos os objectos”, refere a casa de leilões em comunicado citado pela Reuters.

O jovem faraó Tutankhamon sofria de osteonecrose, uma doença que priva os ossos de circulação sanguínea, e que era, provavelmente, bastante dolorosa. O faraó tinha um pé torto, o que explicaria a grande quantidade de bengalas encontradas no seu túmulo, e uma grave fractura numa das pernas.​ No entanto, a sua causa de morte terá sido a malária (foi encontrado na múmia o parasita Plasmodium falciparum). 

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