Locais com desfibrilhadores estão a aumentar. Já existem mais de dois mil aparelhos

Em Portugal, existem actualmente 2453 aparelhos licenciados, maioritariamente em aeroportos, centros comerciais, hipermercados, bancos, aeronaves, casinos, e unidades hoteleiras.

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RUI GAUDENCIO / PUBLICO

O número de desfibrilhadores está a aumentar em todo o território nacional, principalmente em locais públicos de grandes dimensões. De acordo com a informação disponibilizada pelo Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) nos últimos dias, os programas de Desfibrilhação Automática Externa (DAE) licenciados por aquela entidade têm vindo a aumentar de forma progressiva.

Em Portugal, existem actualmente aparelhos 2453 licenciados, maioritariamente em aeroportos, centros comerciais, hipermercados, bancos, aeronaves, casinos, e unidades hoteleiras.

“No que se refere aos números de programas de DAE contam-se 2120 espaços públicos, ambulâncias ou viaturas tripuladas por operacionais não pertencentes ao INEM, 2453 equipamentos de DAE e ainda mais de 24 mil operacionais com formação para utilizar os aparelhos”, lê-se numa notícia publicada no site do INEM.

Os desfibrilhadores são dispositivos portáteis que permite, através de eléctrodos adesivos colocados no tórax de uma vítima em situação de paragem cardiorrespiratória, analisar o ritmo cardíaco e recomendar ou não um choque eléctrico. O aparelho regista som, electrocardiograma, fornece indicações aos reanimadores, analisa os dados e indica o choque ou não, segundo o algoritmo pré-definido, define o INEM.

Segundo a informação disponibilizada pelo INEM, os locais onde existem mais aparelhos são recintos desportivos (367), estabelecimentos de comércio a retalho (351) e áreas comerciais (207). Por outro lado, os locais onde existem mais cidadãos com formação para operar estes aparelhos são também os recintos desportivos (3136), as entidades do Sistema Integrado de Emergência Médica (SIEM) — com 2658 operacionais — e as aeronaves (2568).  

Em 2018, o Ministério da Saúde criou um grupo de trabalho com o objectivo de melhorar o Programa Nacional de Desfibrilhação Automática Externa e as recomendações passavam, por exemplo, por um reforço de desfibrilhadores em locais onde passam em média mil pessoas por dia e pela obrigatoriedade de formação no uso de desfibrilhadores para quem vai tirar a carta de condução e para alunos do ensino superior de Ciências da Saúde e do Desporto.

A morte súbita cardíaca é causada por uma arritmia cardíaca chamada fibrilhação ventricular, que impede o coração de bombear o sangue. De acordo com o INEM, o único tratamento eficaz para a fibrilhação é a desfibrilhação eléctrica que consiste na administração de choques eléctricos ao coração parado, possibilitando que o ritmo cardíaco volte ao normal. “Nestes casos, a probabilidade de sobrevivência é tanto maior quanto menor for o tempo decorrido entre a fibrilhação e a desfibrilhação. A experiência internacional demonstra que em ambiente extra-hospitalar, a utilização de desfibrilhadores automáticos externos (DAE) por pessoal não médico aumenta significativamente a probabilidade de sobrevivência das vítimas”, diz a entidade.

O INEM refere ainda que vários estudos internacionais têm revelado que a aplicação de manobras de Suporte Básico de Vida (SBV) e DAE, em ambiente extra-hospitalar, aumenta a probabilidade de sobrevivência das vítimas, com especial relevância quando são imediatamente iniciadas manobras de reanimação e administrado o primeiro choque nos três minutos após o colapso.

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