Autarca defende que requalificação do mercado junto à Sé do Porto vai ter impacto na saúde pública

Espaço tem poucas condições para quem lá vende e é frequentado por toxicodependentes, explica António Fonseca. Autarca ainda aguarda verbas para as obras.

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Espaço quase não teve obras desde que abriu Nelson Garrido

A requalificação do Mercado de São Sebastião, no Porto, vai resolver, segundo o presidente da junta do Centro Histórico do Porto, António Fonseca, um problema de saúde pública no local que é actualmente, disse, usado por consumidores de drogas. Em declarações à Lusa, o autarca explicou que o projecto, que prevê a requalificação das cinco plataformas interiores, inclui a requalificação do exterior onde será instalada uma esplanada, “precisamente no local onde estão [pessoas] a injectar-se e onde há vandalismo”.

“De certa forma vai resolver ali um problema de saúde pública e de segurança”, acrescentou. António Fonseca adiantou ainda que a empreitada, que aguarda apenas que seja libertada a verba do Orçamento Colaborativo para avançar, não vai implicar a saída dos cerca de 12 comerciantes que ainda desenvolvem actividade no mercado, devendo estar terminada no prazo máximo de três meses desde que a obra seja iniciada. “As senhoras que ainda lá têm as bancas não as vão perder. Nem sequer vou aumentar o que pagam por mês”, assegurou.

Na primeira plataforma ficará instalado o mercado de peixe, enquanto a segunda será destinada à comercialização de fruta e legumes. Já a terceira plataforma, parcialmente vazia, vai ser reabilitada para acolher uma zona destinada à venda de flores, sendo que o quarto patamar, também ele vazio, ficará dedicado à comercialização de artesanato. No quinto patamar, o projecto prevê a instalação de uma cafetaria e de instalações sanitárias, até agora inexistentes naquele espaço.

Para além disso, refere o autarca, o espaço vai ser todo higienizado e as grades que rodeiam o edifício vão ser substituídas por vidros para impedir a passagem de chuva e de frio para dentro das instalações. Segundo António Fonseca, foi ainda proposta a introdução de um sistema de videovigilância no local, por forma “a dissuadir acções de vandalismo”, e a retirada dos contentores do lixo para uma área a designar, no sentido de minimizar os odores dos resíduos dentro do mercado.

O presidente da União de Freguesias do Centro Histórico lembra que, “praticamente desde que foi construído”, o mercado nunca foi alvo de uma intervenção de fundo, encontrando-se até “de certa forma abandonado”, uma vez que funciona apenas até às 12 horas. “É um edifício que acaba por não aproveitar o potencial que aquela zona, neste momento, oferece”, concluiu.

O objectivo, acrescentou, é fazer “uma requalificação funcional”, proporcionando melhores condições aos comerciantes que ainda lá trabalham e aos que virão, dotando o espaço de condições de conforto para o usufruto do mesmo, quer pela população local quer pelos turistas. Acresce ainda que a requalificação do espaço, que vai custa cerca 75 mil euros, vai impulsionar a criação de novos postos de trabalho, num local onde actualmente existem 37 lugares vagos, 40 se contarmos os que pagam renda, mas já não “montam banca”.

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