Troika analisou “riscos” da subida dos preços no imobiliário

A equipa da troika que visitou Portugal este mês analisou “os riscos relacionados com o persistente aumento dos preços no mercado imobiliário”, segundo um comunicado publicado hoje.

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Manuel Roberto

A Comissão Europeia, Banco Central Europeu (BCE) e Mecanismo Europeu de Estabilidade (MEE) deslocaram-se a Portugal, entre 14 e 19 de Junho, no âmbito da décima missão do programa de vigilância à economia nacional, tendo-se debruçado sobre a questão dos preços das casas, em conjunto com o elevado nível de endividamento das famílias portuguesas.

Além disso, notando “qualidade de activos”, rendibilidade bancária e a adequação das condições de capital, a missão focou-se nas vulnerabilidades que continuam a existir no sistema financeiro português, nomeadamente a permanência de níveis elevados de incumprimento do crédito, ainda que estejam em diminuição.

“As discussões debateram a importância de fortalecer a geração de capital dos bancos e a sua capacidade de financiar a economia, bem como a eficiência do sistema legal”, lê-se no mesmo comunicado disponível no site da Comissão Europeia.

A troika promete um relatório mais detalhado sobre esta missão em Outubro deste ano, bem como outra visita no Outono.

Em comunicado distinto, emitindo também esta tarde, o Ministério das Finanças considerou que a avaliação da décima missão pós-programa de ajustamento económico e financeiro, está “globalmente em linha com as projecções” do Governo para o crescimento da economia.

“Esta avaliação está globalmente em linha com as projecções do Programa de Estabilidade para o crescimento da economia portuguesa, sustentado no investimento e nas exportações, permitindo a criação de mais e melhor emprego”, destacam as Finanças.

 “Estas missões ocorrerão regularmente até que Portugal salde uma parte significativa dos empréstimos que resultam do legado do Programa de Ajustamento Económico e Financeiro, concluído em Junho de 2014”, recorda a mesma fonte.

Segundo o Ministério liderado por Mário Centeno, as instituições da décima missão “realçam a robustez do crescimento da economia portuguesa, apesar de ocorrer num contexto de desaceleração associada à degradação do ambiente macroeconómico externo”.

As três instituições – Comissão, BCE e MEE - assinalam, segundo o Ministério, “o progresso alcançado na melhoria da solidez dos balanços dos bancos, na recuperação da sua rendibilidade, adequabilidade dos seus níveis de capital, bem como na prossecução da trajectória de redução do crédito malparado”, mas apelam “à importância de se acelerar estas tendências”.

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