Mário Nogueira torna-se o líder mais longevo da Fenprof

No final do mandato, serão 15 os anos à frente da organização sindical de professores, na qual enfrentou todos os governos.

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Rui Gaudêncio

A reeleição de Mário Nogueira para um novo mandato como secretário-geral da Federação Nacional dos Professores (Fenprof), neste fim-de-semana, fará dele o líder mais longevo desta estrutura. Quando abandonar as funções estará há 15 anos à frente dos destinos da maior organização sindical de docentes, que conta com quase 50 mil filiados.

A Fenprof foi fundada em 1983 e liderada, nos 11 primeiros anos, por António Teodoro. Seguiu-se Paulo Sucena, que deixaria o cargo em 2007, 13 anos passados desde a sua primeira eleição. Mário Nogueira, que já fazia parte do secretariado nacional da federação nessa altura, sucedeu-lhe.

Este professor nascido em Tomar, mas que fez toda a carreira em Coimbra, está no cargo há 12 anos. A sua reeleição para um mandato de três – que já prometeu que será o último – vai elevar para 15 o número de anos na liderança da Fenprof.

Desde 2007, Nogueira tornou-se uma figura assídua da agenda política e mediática do país. Pouco tempo após ter assumido a liderança da federação de sindicatos, levou 100 mil professores à rua na maior manifestação de que há memória no sector.

A batalha em causa tinha começado em 2006 e prendia-se com a revisão do Estatuto da Carreira do Docente, que dividia os professores em duas categorias – titulares e não titulares, sendo que só os primeiros podiam chegar ao topo – e instituía um novo modelo de avaliação de desempenho.

Antes de chegar a secretário-geral da Fenprof, Mário Nogueira já era o representante da organização nas negociações com o Governo, começando a ganhar notoriedade pública. Durante esse mandato – com José Sócrates como primeiro-ministro e com Maria de Lurdes Rodrigues como ministra da Educação – houve oito greves e sete manifestações de docentes. Em 2008, o Governo viria a apresentar um regime simplificado de avaliação e deixou cair a divisão entre professores na carreira. 

A contestação na Educação não acalmou no mandato do primeiro-ministro seguinte, Pedro Passos Coelho – que teve Nuno Crato como ministro da tutela. O executivo propôs um novo regime de mobilidade especial que, pela primeira vez, abrangeria a classe docente. Houve greves aos exames nacionais – quase 20 mil alunos não conseguiram fazer a prova de Português – e às avaliações. O Governo acabaria por encontrar um modelo em que muito poucos professores foram afectados pela mobilidade especial.

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