O meu Primavera não precisa de guitarras

Está longe de ser um festival perfeito (festivais, outra relação complicada…), mas a verdade é que há muito tempo que não queria ver tanta coisa num Primavera.

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Há mais ou menos quatro anos que estou numa relação complicada com o rock. Ele não morreu, mas já esteve mais saudável — e sobretudo menos higienizado e domesticado, menos frouxo e aborrecido. “Menos ficção, mais fricção”, disse Linn da Quebrada numa roda de conversa no Rivoli a propósito das “artes cínicas” (perdão, artes cénicas), e isso pode aplicar-se também à música. Nos últimos tempos, tenho encontrado essa fricção — tensão, sexo, política, militância, choque de identidades, corpo, suor — na música brasileira independente, numa nova geração de reggaetoneras, no rap feito por mulheres, na pop. Muito mais do que no indie rock anglo-saxónico, que já não domina os alinhamentos do Primavera Sound, para inflamada indignação de tanta gente no Facebook.

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