Índia recupera de fim-de-semana com temperaturas que chegaram aos 50 graus

A vaga de calor dos últimos dias tem sido particularmente difícil para os sem-abrigo e para quem trabalha na rua. Além das altas temperaturas, algumas zonas do país enfrentam problemas graves com a escassez de água.

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População retira água para baldes de uma camião municipal GETTY IMAGES
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A Índia está a recuperar de uma intensa vaga de calor com temperaturas que ultrapassaram os 45 graus Celsius em muitas partes do país. Em Churu, uma cidade na região do deserto do estado de Rajastão e que é considerada a localidade mais quente do país, a temperatura máxima chegou mesmo aos 50,8 graus este domingo.

A onde de calor foi tão intensa que o departamento meteorológico indiano colocou o Rajastão e Madhya Pradesh, na região centro da Índia, em alerta para “condições severas de ondas de calor”. Ambos os estados costumam registar as temperaturas mais altas do país durante o pico do verão, mas este ano tem sido particularmente tórrido, mesmo em zonas que não costumam registar temperaturas altas. 

A vaga de calor tem sido particularmente difícil para os sem-abrigo, que não têm onde se proteger nas horas de maior calor, e para aqueles que não têm escolha a não ser continuar a trabalhar, como vendedores de rua, polícias e motoristas. Segundo a BBC, os serviços de entrega de comida ao domicílio também têm tido mais trabalho, uma vez que os cidadãos parecem não querem deixar as suas casas e escritórios para enfrentar o calor, e recorrem aos trabalhadores que se deslocam em motociclos para recebem as refeições.

Pelo menos sete cidades e vilas indianas estavam na lista desta segunda-feira dos 15 lugares mais quentes do mundo, segundo o site especializado em meteorologia El Dorado. Os oito restantes estão no Paquistão, onde as temperaturas já chegaram aos 51 graus Celsius. 

O departamento de meteorologia indiano afirmou que a onda de calor deverá continuar durante mais alguns dias. Nestas condições meteorológicas, o acesso a água começa a ser um problema, já que o país enfrenta o problema da seca há vários anos.

Para combater esta escassez, alguns voluntários já começaram a distribuir água e outras bebidas geladas de forma gratuita nos semáforos ou na beira da estrada de várias cidades indianas. Noutras regiões onde a falta de água não é um problema, as populações recorrem a piscinas ou fontes públicas para ser refrescar. 

Se em 2016 a crise da falta de água já se manifestava, em 2018 o problema piorou. Segundo um relatório do NITI Aayog, um centro de estudos governamental que promove o desenvolvimento sustentável, a Índia estava a atravessar a pior crise hídrica de sempre, com cerca de 600 milhões de pessoas afectadas pela falta de água.

O relatório, que analisou informação hídrica de 24 dos 29 estados do país, concluiu que cerca de 200 mil indianos morrem todos os anos por não terem acesso a água potável. Mais, 75% das residências não tinham água potável para consumo e 84% das casas em zonas rurais não possuíam água canalizada.

Na altura, o NITI Aayog estimava que 21 cidades iam ficar sem água subterrânea até 2020, problema que também teria impacto na agricultura. Segundo o relatório, a pressão sobre os recursos hídricos urbanos deve aumentar, com a procura a tornar-se duas vezes maior que a oferta disponível até 2030.

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