Entrada da EMEL em Benfica aprovada com a abstenção do Bloco

Freguesia de Benfica dividida em nove zonas de estacionamento só com votos a favor do PS.

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Nuno Ferreira Santos

A Câmara Municipal de Lisboa, liderada pelo PS, aprovou nesta quinta-feira a implementação de nove Zonas de Estacionamento de Duração Limitada em Benfica, com a abstenção do BE e os votos contra dos restantes partidos.

Segundo a proposta, à qual a Lusa teve acesso, a EMEL - Empresa Municipal de Mobilidade e Estacionamento de Lisboa e a autarquia, “em sintonia com a junta”, elaboraram um projecto de divisão da freguesia em dez zonas, sendo que, após o processo de consulta pública, que contou com 132 participações, e um parecer da junta, a proposta de zonamento foi alterada para nove.

O BE, partido que tem um acordo de governação do concelho com o PS, absteve-se, viabilizando assim a aprovação da proposta, que contou com os votos favoráveis do PS os votos contra do PSD, CDS-PP e PCP, disseram à Lusa fontes municipais.

Em declarações à Lusa após a reunião privada do executivo, o vereador do PSD João Pedro Costa manifestou-se “contra o microzonamento, que dificulta a vida dos moradores”, considerando que “devem existir zonas mais alargadas”. O autarca acrescentou que “esta proposta já existia na reunião descentralizada de Benfica” e que se devia “ter aproveitado a reunião (...) para discutir este zonamento com a população”.

Por seu turno, o vereador do CDS-PP João Gonçalves Pereira declarou que o partido tem “votado contra a lógica da EMEL” de “imposição” e “perseguição dos moradores”.

Já Jorge Alves, pelo PCP, defendeu que a Câmara de Lisboa “não pode olhar para a situação de forma tão genérica e alargada” e “pouco a pouco ir estendendo a EMEL a toda a cidade”, considerando que “não resolve o problema de estacionamento”.

Por outro lado, o vereador do BE, Manuel Grilo, afirmou que o partido concorda que “haja regulamento do estacionamento”, não concordando, no entanto, com “a entrada automática da EMEL”, sem consultar a população.

Apesar de a presidente da Junta de Benfica, Inês Drummond (PS), ter feito uma consulta de bairro, em Janeiro, para auscultar a vontade dos moradores da zona envolvente do Fonte Nova, onde a EMEL deverá começar a operar, Manuel Grilo considerou que “foi feita de forma pouco regular”, razão pela qual o partido se absteve.

Na semana passada deu entrada na Assembleia Municipal de Lisboa uma petição, com 1.978 subscrições, que rejeita a entrada da EMEL na freguesia. Esta assembleia também já apreciou uma petição, assinada por 245 cidadãos, que pedia estacionamento nas ruas limítrofes ao centro comercial Fonte Nova.

Em Março, Inês Drummond (PS) disse à Lusa “que há zonas onde não faz sentido a EMEL entrar”, pelo que está previsto que a empresa municipal comece a operar apenas na zona envolvente do Fonte Nova. A autarca comprometeu-se também a promover mais consultas de bairro, caso ache necessário, à semelhança do que aconteceu em Janeiro nesta zona.

Na mesma altura, Inês Drummond afirmou que estimava que a EMEL começasse a operar na freguesia em Abril, algo que ainda não aconteceu.

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