PróToiro quer tourada na Póvoa de Varzim. Autarca diz que a praça está fechada

Corridas de touros estão proibidas no concelho. Autarca diz que, para além da proibição, a praça de touros que organização tauromáquica quer reservar está fechada e não tem condições de segurança para receber qualquer evento.

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Eventos tauromáquicos estão proibidos no concelho Nelson Garrido

A PróToiro - Federação Portuguesa de Tauromaquia manifestou esta segunda-feira o seu apoio à realização de touradas na Póvoa de Varzim, apesar de a Câmara local ter proibido a realização destes eventos no concelho. A Prótoiro informou que uma empresa de organização de espectáculos tauromáquicos já enviou para autarquia poveira um pedido de reserva de três datas para a praça de touros municipal, esperando que o espaço seja disponibilizado para o efeito.

“A PróToiro apoia a decisão da empresa Aplaudir de realizar a temporada taurina na Póvoa de Varzim. A organização entregou à autarquia a reserva da praça para a realização de touradas no Município, desvalorizando a intenção da câmara de proibir as corridas de touros”, pode ler-se no comunicado da organização.

A Federação informou, ainda, que o pedido de reserva do espaço foi efectuado para os dias 21 de Julho, 10 e 17 de Agosto, e que apesar “estar ainda por decidir o número total de corridas a realizar”, estará “atenta ao cumprimento da lei”.

“A PróToiro vai estar vigilante ao rigoroso cumprimento da lei na capital taurina da região norte do país, não permitindo qualquer desrespeito à cultura e aos direitos que são de todos”, pode ler-se no comunicado. No mesmo texto, a Prótoiro considera que os “poveiros demonstraram vontade de manter a forte cultura taurina no concelho”, lembrando o apoio do Movimento a Favor das Corridas de Touros na Póvoa, criado no ano passado.

“Basta recordar que as corridas na Póvoa de Varzim contaram, em 2018, com lotações praticamente esgotadas, das melhores a nível nacional”, vincou a Federação Portuguesa de Tauromaquia.

"Praça de touros não tem qualquer tipo de condições de segurança”, defende autarca

A vontade da PróToiro deverá, no entanto, colidir com uma decisão tomada pela Assembleia Municipal da Póvoa de Varzim, em Julho de 2018, onde foi aprovada, por maioria, uma proposta do executivo camarário local para a “interdição da realização, na área do município, de corridas de touros e outros espectáculos que envolvam violência animal”.

Aires Pereira, presidente da Câmara da Póvoa de Varzim, explica ao PÚBLICO que, para além da proibição, há outra razão que invalida a realização de eventuais corridas de touros no concelho: “Em primeiro lugar, não tenho qualquer tipo de conhecimento de pedidos de reserva. A praça de touros está fechada, não tem qualquer tipo de condições de segurança. Entretanto [depois das últimas corridas de touros] avançamos com o projecto de reformulação desse espaço, para o transformar num espaço multiusos. Foram feitos conjuntos de ensaio, testes de estrutura. Não há condições de segurança para realizar qualquer tipo de espectáculo, não só os de corridas de touros.”

Mesmo que a praça municipal estivesse disponível, Aires Pereira relembra a decisão que proíbe a realização de espectáculos tauromáquicos no concelho, garantindo que qualquer pedido recebido será rejeitado. “Face à decisão tomada pela Câmara e pela Assembleia Municipal, indeferiremos qualquer pedido dentro do concelho da Póvoa do Varzim”, salientou o autarca.

Já em Março, e quando confrontando com notícias de sites especializados em tauromaquia, anunciando a realização, em 2019, de touradas na Póvoa de Varzim, Aires Pereira, considerou serem “uma provocação”. “Toda a gente sabe a posição que a Câmara e a Assembleia Municipal tomaram sobre o assunto. Caso surja um pedido de licenciamento de uma corrida de touros no concelho, a decisão não pode ser outra senão rejeitar”, disse então Aires Pereira.

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