Maia vai introduzir sistema de recolha selectiva de resíduos orgânicos

Investimento de cerca de um milhão de euros visa implementar a recolha selectiva porta-a-porta resíduos orgânicos nos prédios do concelho da Maia.

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Ines Fernandes

A Maiambiente, em parceria com a Lipor, vai arrancar com a recolha selectiva porta-a-porta de biorresíduos nos prédios do conselho da Maia. O objectivo é “sensibilizar para a separação e valorização dos resíduos orgânicos na cadeia de valor”. O sistema já é aplicado no município para recolher os resíduos orgânicos de “grandes produtores” (restaurantes, cantinas de escolas, empresas e instituições).

O projecto está avaliado num investimento de cerca de um milhão de euros, co-financiado pelo Programa Operacional Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos (POSEUR) em 85%. Com este investimento, o concelho da Maia tenta dar um passo em frente no cumprimento do Plano Estratégico de Resíduos Sólidos Urbanos – PERSU2020, e reforça a posição como “referência na recolha selectiva de resíduos”.

Aprovada a candidatura, a primeira fase da implementação da recolha selectiva porta-a-porta é a compra dos “cerca de 17 mil novos equipamentos”: cestos de cinco litros para distribuir pelas habitações, contentores de 140 e 240 litros para colocar nos prédios e ainda de 50 litros e 240 litros para clientes do canal Horeca, que vai ver alargado o fluxo de recolha selectiva.

O projecto será implementado ao longo de dois anos, arrancando já em Junho. Numa fase inicial, a Maiambiente tem prevista uma acção de sensibilização para a população perceber o que pode colocar para recolha selectiva. O financiamento também vai servir para renovar a frota dos veículos de recolha, “tornando-a mais sustentável”, com a aquisição de duas viaturas movidas a gás natural comprimido.

Com a introdução dos circuitos de recolha selectiva, “que já estão montados”, a empresa espera um aumento superior a 3500 toneladas por ano de resíduos recolhidos com potencial de compostagem, o que corresponde a mais cerca de 26 quilogramas por habitante. O programa vai abranger mais de 35 mil maiatos. Os restantes municípios do Porto já têm algumas zonas com recolha porta a porta, mas ainda nada tão significativo.

Projecto-piloto teve sucesso em Águas Santas

A recolha de resíduos orgânicos integrada no serviço porta-a-porta já existe desde Outubro de 2018 na freguesia de Águas Santas. O projecto-piloto incorporou o levantamento de biorresíduos no serviço já existente para papel e cartão, embalagens e vidro e permitiu, até ao momento, a recolha de 40 toneladas de resíduos orgânicos que, de outra forma, seriam colocados no lixo indiferenciado.

Paulo Ramalho, presidente da Maiambiente, considera que a experiência foi positiva: “ficamos com a convicção de que as pessoas, depois das acções de sensibilização e acompanhamento que tivemos de promover, perceberam como é que funciona o modelo e adaptaram-se com alguma facilidade à separação”. O vereador da CM da Maia não tem dúvidas que o projecto em Águas Santas e o sistema de recolha selectiva nos grandes produtores permitiu “perceber a importância do modelo”, realçando que foram recolhidas 2280 toneladas de resíduos orgânicos em 2018.

Para o futuro, Paulo Ramalho acredita que o processo de implementação da rede de recolha selectiva vai continuar, uma vez que é a “única forma” de aumentar o potencial de reciclagem e diminuir o lixo indiferenciado cujo tratamento custou, segundo o vereador, um milhão e 800 mil euros em 2018 à Maiambiente.

A separação de biorresíduos permite que estes sejam reencaminhados para a Central de Valorização Orgânica da Lipor, onde são transformados em correctivo agrícola orgânico, através de compostagem.

Texto editado por Ana Fernandes

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