Pelo menos 500 páginas no Facebook são suspeitas de desinformação em período de eleições europeias

O relatório foi feito pela organização não-governamental Avaaz. O Facebook diz já ter removido 77 páginas e contas denunciadas.

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Campanha do Avaaz em Bruxelas, em Maio de 2018 EPA/STEPHANIE LECOCQ

A organização não-governamental (ONG) Avaaz anunciou esta quarta-feira já ter denunciado 500 páginas e grupos da rede social Facebook suspeitos de divulgarem informações falsas, numa altura em que aproximam as eleições europeias.

As denúncias da Avaaz já levaram o Facebook a encerrar, nas últimas semanas, dezenas de páginas e contas que veiculavam notícias falsas sobre as eleições europeias.

Num novo relatório, a Avaaz disse ter identificado, nos últimos três meses, mais de 500 páginas e grupos responsáveis por desinformação, com conteúdos que já geraram mais de 67 milhões de interacções (entre comentários, gostos e partilhas).

A maioria das páginas e contas, escreve o The Guardian, foram criadas em França, Alemanha, Itália, Reino Unido, Polónia e Espanha. O Avaaz lamenta também como algumas destas contas são também utilizadas para potenciar publicações de partidos de maior ou menor dimensão. Neste último caso, em Portugal, um consultor do PSD já se demitiu por alegadamente ter criado contas falsas no Twitter.

Entre Março e Maio, os conteúdos relacionados com páginas que comummente visam despertar o ódio contra migrantes ou denegrir Bruxelas, geraram 533 milhões de visualizações, calculou a ONG.

Ao todo, a Avaaz indicou que o Facebook já removeu 77 páginas e contas que foram reportadas pela ONG entre Abril e Maio.

Juntas, as páginas e as contas “tinham três vezes mais assinantes (5,9 milhões) do que os seis principais partidos europeus de extrema-direita ou anti-UE” - a Liga italiana, a AfD alemã, o Vox espanhol, o Partido Brexit britânico, a União Nacional francesa e o Partido Lei e Justiça (PiS) polaco, disse a ONG.

A Avaaz congratulou-se com o encerramento destas contas, mas apelou à rede social para que intensifique os esforços para combater a desinformação.

“O Facebook permitiu que muitas actividades suspeitas e conteúdos maliciosos se espalhassem. Deve proceder imediatamente a verificações em toda a UE para detectar outras actividades suspeitas na sua plataforma”, concluiu a ONG.

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