Campanha de Paulo Sande em modo tele-Aliança

Candidato da Aliança voltou a contactar entidades e empresas para lhes dar feedback do seu empenho.

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Paulo Sande (Aliança) Miguel Manso

Em vésperas de campanhas eleitorais, os políticos correm associações e empresas, lares e outras instituições. Ouvem e anotam os seus problemas. Mas poucas vezes voltam a dar feedback do seu trabalho. É esta forma de funcionar dos partidos tradicionais que Paulo Sande, candidato da Aliança às europeias, quer contrariar. Reuniu a sua equipa e pegou no telefone: “Está? É só para dizer que não me esqueci do seu assunto”. Foi a primeira sessão desta espécie de tele-Aliança que promete repetir-se depois das eleições.

“Tenho bem presente o que falámos, voltaremos a contactar dentro de algum tempo”. A mensagem foi repetida umas quantas vezes esta quarta-feira de manhã, na sede do partido, tantas quantas Paulo Sande conseguiu ser atendido. Do outro lado ouviu, algumas vezes, perguntarem pela sua saúde ou por Pedro Santana Lopes, ainda em recuperação do acidente rodoviário de há uma semana.

Em alguns casos, a Aliança conseguiu fazer algumas diligências para tentar resolver as dificuldades que registou em visitas realizadas nos últimos meses. Foi o caso do centro da comunidade piscatória de Paço de Arcos. “Já estivemos com o Presidente Isaltino e dentro de algum tempo vão dar-vos conta da resposta”, relatou Paulo Sande a um responsável, referindo-se aos contactos mantidos entre a estrutura local da Aliança e o autarca.

Com esta iniciativa de campanha, o estreante na política quis diferenciar-se do que fazem os candidatos tradicionais: deixar numa agenda esquecida os contactos feitos com empresas ou instituições antes das eleições. “As pessoas ficam surpreendidas”, diz Paulo Sande, depois de desligar mais uma chamada.

A lista de contactos parece não acabar e é variada. Resulta de visitas a empresas, instituições sociais e associações por todo o país. Antes de cada chamada, um elemento da equipa descreve o problema em questão. “Vamos continuar a acompanhar, sabemos que sente o peso do Estado”, comenta Paulo Sande ao telefone com o director da Motofil, uma empresa portuguesa que fabrica componentes para aeronáutica que impressionou o candidato pelo grau de inovação. Nem sempre os contactos foram conseguidos por ausência ou indisponibilidade dos responsáveis. “É o país das reuniões”, desabafa. Paulo Sande promete retomar os contactos após as eleições de domingo.

Encontro inesperado com o PSD

A manhã de campanha, que já tinha começado em contactos de rua no Cais do Sodré, estava quase acabar e era preciso seguir para a próxima acção, também ela diferente. Paulo Sande regressou ao Cais do Sodré de Cabify e, por coincidência, num Lexus (“vá com cuidado”, recomendou um elemento da Aliança ao motorista) para ficar durante algum tempo junto do cartaz que tem a imagem da sua cara.

A ideia nasceu há semanas quando o candidato esperava, no mesmo local, por uma equipa de reportagem de um canal de televisão e foi abordado por quem passava. Desta vez, a maioria dos que atravessavam a Praça Dom Luís eram turistas ou nem reparavam no candidato. Muito poucos quiseram receber o folheto de propaganda ou aceitaram tirar uma fotografia ao lado de Paulo Sande.

“Queremos fazer diferente, há coisas que correm melhor, outras pior”, comentou. Quando já estava prestes a desistir, recebeu um cumprimento inesperado de quem conheceu quando trabalhou com assessor político do Presidente Marcelo no Parlamento. Fernando Negrão, líder da bancada do PSD, acompanhado de dois assessores, passava ali por acaso, a caminho do almoço. Em jeito de provocação, Paulo Sande desafiou: “Quer tirar uma fotografia ali comigo?”. Fernando Negrão soltou uma gargalhada mas de imediato seguiu caminho. Paulo Sande sorriu. 

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