Os ricos e os pobres colidem e com isso Bong Joon-ho faz um filme de terror social

“Boneca russa” de géneros como os anteriores filmes do cineasta sul-coreano, Parasite parece poder ser filme para assentar ao júri presidido por Alejandro González Iñárritu. Mas talvez ainda seja cedo para se começar a desenhar o palmarés desta edição do Festival de Cannes.

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Parasite é um filme sobre a impossibilidade de coabitação entre ricos e pobres, com o sentido lúdico e a crueldade que são habituais em Bong Joon-ho CJ ENM Corporation/Barunson E&A

O sul-coreano Bong Joon-ho, presença regular em Cannes desde o seu monstro na Quinzena dos Realizadores (The Host – A Criatura, 2006), que lhe valeu arranjar um agente americano e resistir a várias propostas para sequelas e remakes, também pede, como Quentin Tarantino em relação a Once Upon a Time... in Hollywood, que ao escrever-se sobre o seu novo filme se revele o menos possível dos twists do enredo para lá daquele momento em que dois irmãos de uma família pobre começam a trabalhar como tutores dos dois filhos de uma família rica. Isto pode-se dizer porque é o que desvenda o trailer de Parasite, filme que trouxe o realizador de volta à competição depois de Okja, em 2017, o “Netflix original” cuja inclusão no concurso irritou de tal forma a indústria francesa que esta logo arregaçou as mangas e pressionou o festival no sentido de proibir a participação em concurso de filmes sem distribuição comercial – foi o que foi decretado no ano seguinte, é o que vigora neste momento, decorrendo contactos nos bastidores para se chegar a um cenário de coexistência.

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