O melhor e o pior do campeonato

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Lusa

POSITIVO

Bruno Lage
Não há volta a dar: ele é o rosto do título do Benfica, o responsável pela reabilitação de uma equipa que estava sem pingo de confiança. Quando Lage assumiu o cargo os “encarnados” estavam no quarto lugar, a sete pontos do líder – quatro meses e meio depois, celebravam o regresso ao trono do futebol nacional. Sob o comando do jovem técnico, o percurso do Benfica foi quase imaculado: ganhou 18 dos 19 jogos que disputou no campeonato.

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Bruno Fernandes
Melhor marcador, rei das assistências, e também o mais utilizado no Sporting. Os acontecimentos do final da época passada poderiam ter deixado sequelas, mas o capitão “leonino” fez disso a motivação para a melhor temporada da carreira. Com 20 golos no campeonato, só ficou aquém de Seferovic – mas a sua importância vai muito além dos golos que marca. É mais do que provável que não continuará no futebol português, e vai deixar saudades.

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Seferovic e João Félix
São os maiores símbolos do Benfica de Bruno Lage, que não perdeu qualquer dos 19 jogos disputados no campeonato (18 vitórias e um empate). O avançado suíço era um proscrito no início da época, visto como dispensável por Rui Vitória, mas acabou como goleador da I Liga, com o melhor registo da carreira. E o jovem português irrompeu como rosto dos novos valores do Seixal com presença cada vez mais assídua na equipa principal. Ferro e Florentino Luís são outros bons exemplos.

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Éder Militão
Chegou, brilhou, e partiu. O jovem defesa brasileiro mostrou toda a sua qualidade na temporada de estreia no Dragão (e no futebol europeu) – tanto assim foi que chegou à selecção “canarinha” e convenceu o Real Madrid a pagar os 50 milhões da sua cláusula de rescisão. Militão provou ser um dos maiores talentos da actualidade na sua posição, mesmo que Sérgio Conceição por vezes o deslocasse para o lado direito de forma a acomodar Pepe no centro da defesa.

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Moreirense
Do 15.º lugar na época passada para a melhor classificação de sempre (terem caído de quinto para sexto lugar na última jornada não mancha minimamente esse percurso), os “cónegos” chegaram a sonhar com as competições europeias, que não vão disputar por falta de inscrição. Ivo Vieira foi o escolhido para orientar uma equipa que se reforçou cirurgicamente, tendo a felicidade de contar com um fora-de-série como Chiquinho – que tem valor para voos muito mais altos.

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“Chicotadas”
Há vários exemplos de trocas de treinador bem-sucedidas nesta edição do campeonato. Desde logo a que o Benfica fez, claro, mas olhando para a tabela há outros nomes que mereceu destaque: Lito Vidigal fez uma grande recuperação com o Boavista, que terminou mesmo na primeira metade da tabela. Petit conseguiu resgatar o Marítimo da intranquilidade. E Augusto Inácio conduziu o Aves rumo à manutenção na I Liga. Mas também houve casos em que a “chicotada psicológica” não correu tão bem (ver a seguir).

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NEGATIVO

Chaves
Vindos de um brilhante sexto lugar na temporada passada, os flavienses não foram capazes de consolidar essa posição e viveram um autêntico pesadelo, que culminou no adeus à I Liga. A equipa de José Mota (o terceiro técnico da época, após Daniel Ramos e Tiago Fernandes) chegou à última jornada a depender de si própria para manter-se, mas foi goleada no duelo com o Tondela e regressou à II Liga após três anos no principal escalão.

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Feirense
Tal como em Chaves, na Feira a troca de treinador também não surtiu efeito. Filipe Martins rendeu Nuno Manta Santos mas não conseguiu arrancar os “fogaceiros” do último lugar da classificação, ao qual estiveram ancorados durante largos meses. O Feirense despediu-se da I Liga com um triste recorde: 31 jogos consecutivos sem ganhar, algo inédito na história do campeonato português.

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Críticas
As críticas à arbitragem são uma daquelas lamentáveis tradições no campeonato português, mas o pior (e que já não surpreende ninguém) é a memória selectiva de quem se atira aos árbitros esquecendo os próprios erros. Benfica e FC Porto, por terem disputado o título até à última jornada, estiveram particularmente empenhados neste exercício nada dignificante. Mas não foram os únicos: neste capítulo são poucos os exemplos de coerência no campeonato português.

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Sp. Braga
A época do tudo acabou por ser a época do nada para o Sp. Braga, que nem o terceiro lugar conseguiu segurar e terminou fora do pódio. Os minhotos fizeram menos oito pontos do que na temporada passada (e também marcaram menos 18 e sofreram mais oito golos no campeonato) – e isto apesar de terem saído de forma muito precoce das competições europeias, logo na terceira pré-eliminatória de acesso à Liga Europa, ao contrário da concorrência. A eliminação nas meias-finais da Taça de Portugal e da Taça da Liga aumenta o sabor a desilusão.

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Assistências
Serão os espectáculos pouco atractivos? Serão os horários pouco convidativos (para não dizer descabidos por vezes)? Será pela insegurança que de vez em quando se faz sentir nos estádios? Seja qual for a explicação, o certo é que a I Liga viu cair esta época o número de espectadores: no total, foram menos 77.493 pessoas nos recintos do campeonato português, uma quebra superior a 2%. É esclarecedor que oito clubes tenham uma assistência acumulada na época (em 17 jogos em casa) inferior ao número de espectadores que o Benfica teve em casa na última jornada (64.064).

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